Em uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), apesar de 88% dos consumidores entrevistados afirmarem ser conservadores nas compras, 47% admitem que já compraram algum produto que não chegaram a usar depois.
O levantamento foi realizado nas 27 capitais brasileiras e aponta, ainda, uma tendência do brasileiro em recorrer ao consumo como forma de satisfazer suas vontades pessoais. Entre os entrevistados, 59% já compraram algo pensando “eu mereço”, mesmo sem ter condições financeiras. E 62% assumem que antes mesmo de receber o salário, já pensam nas compras supérfluas que farão no mês seguinte.
Na avaliação de Flávio Borges, gerente financeiro do SPC Brasil, a tendência ao consumo impulsivo por uma parcela expressiva da população é reflexo das recentes alterações na estrutura de renda do brasileiro e no acesso ao crédito, que apresentou forte expansão nos últimos anos.
No estudo apresentado, as classes C, D e E apresentaram tendência consumista maior que as A e B. De cada dez entrevistados, seis admitem que já ficaram “no vermelho” por adquirir algum bem que não precisavam ter comprado e depois não tiveram como pagar.
“Com desemprego em baixa e reajustes salariais acima da inflação, temos assistido a uma crescente inserção do consumidor ao mercado de crédito. O problema é que a melhora da condição financeira nem sempre vem acompanhada de uma maior consciência sobre como gastar esse dinheiro“, explica Borges.
(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo