No mês passado, despesas lá fora somaram US$ 2,22 bilhões, revela BC. Mesmo com dólar alto, é a 1ª vez que ultrapassam US$ 2 bilhões em agosto

No mês passado, despesas lá fora somaram US$ 2,22 bilhões, revela BC. Mesmo com dólar alto, é a 1ª vez que ultrapassam US$ 2 bilhões em agosto.

Dados do Banco Central divulgados nesta terça-feira (24) mostram que as despesas de brasileiros no exterior seguem em alta mesmo com a valorização do dólar frente aos primeiros meses deste ano – fator que encarece, por exemplo, as passagens e hotéis no exterior.

Em agosto, ainda segundo a autoridade monetária, os gastos no exterior somaram US$ 2,22 bilhões – novo recorde para este mês. Até o momento, o maior valor de despesas lá fora, para meses de agosto, havia sido registrado em 2012 (US$ 1,92 bilhão). Também foi a primeira vez, portanto, que os gastos superam a marca dos US$ 2 bilhões em meses de agosto.

Parcial do ano é recorde

Ainda de acordo com o Banco Central, as despesas lá fora somaram US$ 16,7 bilhões nos oito primeiros meses deste ano – valor que representa novo recorde histórico para o período. Sobre o mesmo período do ano passado (US$ 14,63 bilhões), houve um aumento de 14,5%.

Renda em alta

O aumento dos gastos no exterior neste ano está relacionado, segundo economistas, com a continuidade do crescimento do emprego e da renda no Brasil, mesmo com um ritmo menor de expansão da economia brasileira.

Os números do BC mostram que as despesas cresceram em agosto deste ano, batendo novo recorde, apesar da alta de 4,5% do dólar no mês passado – que fechou o mês passado em R$ 2,38.

Economistas observam, porém, que há uma defasagem de alguns meses entre o aumento do dólar e seu respectivo impacto nas despesas de brasileiros no exterior. Isso porque muitos turistas compraram seus pacotes com antecedência, antes da disparada da moeda norte-americana.

Cotação do dólar

A moeda norte-americana começou a subir partir de meados do mês de maio, de acordo com dados da autoridade monetária, por conta da sinalização do Federal Reserve (Fed, o BC norte-americano) de que poderia começar a retirar estímulos da economia dos Estados Unidos.

Desde o fim de agosto, porém, quando o BC brasileiro anunciou um programa de oferta de leilões de “swap cambial” (que equivalem à venda de dólares no mercado futuro), além de leilões de divisas com compromisso de recompra, o dólar começou a recuar. Desde então, caiu cerca de 10%.

Histórico de gastos no exterior

Em 2012, os gastos no exterior somaram US$ 22,2 bilhões e bateram recorde para um ano fechado. Em 2011, as despesas de brasileiros lá fora haviam somado US$ 21,2 bilhões. Deste modo, o crescimento, de 2011 para 2012, foi de 4,5%.

Até 1994, quando foi editado o Plano Real, que conteve a hiperinflação no Brasil, os gastos de brasileiros no exterior não tinham atingido a barreira dos US$ 2 bilhões. Naquele ano, somaram US$ 2,23 bilhões. Entre 1996 e 1998, as despesas no exterior oscilaram entre US$ 4 bilhões e US$ 5,7 bilhões.

Com a maxidesvalorização cambial de 1999, com o dólar subindo para acima de R$ 3 em um primeiro momento, as despesas no exterior também ficaram mais caras. Com isso, os gastos no exterior voltaram a recuar e ficaram, naquele ano, próximos de US$ 3 bilhões.

As despesas de brasileiros no exterior voltaram a atingir a barreira de US$ 5 bilhões por ano somente em 2006. Desde então, têm apresentado forte crescimento. Em 2007, 2008 e 2009, por exemplo, atingiram, respectivamente, US$ 8,2 bilhões, US$ 10,9 bilhões e US$ 10,8 bilhões.

Via G1

(Por NoVarejo – Escrito por  Redação) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo