Depois de seis anos analisando o mercado brasileiro, a grife de moda básica americana GAP inaugura na quinta-feira (26) sua primeira loja no Brasil, no Shopping JK Iguatemi. “Não preciso dizer que o Brasil é complexo e complicado”, disse Stefan Laban, vice-presidente sênior da GAP e responsável pelo processo de internacionalização da marca. “Mas pela importância do mercado, tomamos uma decisão bastante consciente de reduzir nossas margens.”

O executivo não revela a margem da operação, mas diz que ela será menor do que nos outros países em que a marca opera.

Mesmo assim, devido aos custos de importação e logística, os preços no Brasil serão, em média, 30% a 40% mais altos do que nos EUA.

“Não queremos ser uma marca para poucos, mas para muitos”, disse ele. Laban reconheceu que o Shopping JK não é exatamente popular, mas disse que a intenção foi ter uma loja inaugural que servisse de vitrine para a marca. “Os concorrentes Zara, Top Shop, e outros, estão aqui.”

Alguns produtos de entrada terão margens menores: uma calça jeans masculina básica sai por R$ 139,90. E camisetas básicas femininas, por R$ 34,90.

“A qualidade do nosso tecido é incomparável com o que você tem aqui ao lado”, disse Laban a jornalistas durante um tour pela loja na quarta-feira. A GAP é vizinha da Hering no shopping JK. Questionado se ele estava se referindo à loja vizinha, ele respondeu: “A Hering é uma marca fantástica, mas é outra qualidade.”

A operação será tocada pelo grupo nacional Blue Bird, que detém as marcas Cori, Luigi Bertolli e Emme, por meio de um sistema de franquia.

EXPANSÃO NO PAÍS

A empresa não revela as metas de expansão no país. As primeiras quatro lojas serão inauguradas até abril. A segunda abre em outubro, no shopping Morumbi. As demais são no Rio e em Porto Alegre. Faz parte dos planos lançar também uma operação de e-commerce.

Os produtos serão importados de navio, a partir do centro de distribuição global da marca em Hong Kong. Laban diz que não descarta produzir alguma coisa no Brasil. “Na medida em que tivermos um volume de demanda que justifique, nós vamos estudar.”

Com vendas de R$ 15,7 bilhões no ano passado e lojas em 40 países, a GAP Inc. inclui outras marcas como Banana Republic e Old Navy. O diretor financeiro da Blue Bird, Ricardo Kochen, diz que a empresa é a parceira natural para trazer a Banana Republic, mas que isso não está no radar nem no curto nem no médio prazo. “Nossa prioridade hoje é a GAP”, diz.

Os brasileiros estão entre as três nacionalidades estrangeiras que mais gastam nas lojas da GAP nos EUA. Kochen diz que não teme a concorrência com esses brasileiros que compram fora. “O número de brasileiros que viaja é muito pequeno em relação ao potencial de mercado que queremos atingir.”

Antes da loja no JK, a GAP já podia ser adquirida em solo brasileiro, nas lojas Dufry em alguns aeroportos. Essa operação continua existindo, de forma independente.

(Por Folha de S.Paulo) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo