Em meio à disparada do dólar e de possíveis pressões inflacionárias que isso possa causar, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) voltou a acelerar e registrou alta de 0,24% em agosto, após apresentar variação de apenas 0,03% em julho – a mais baixa naquela ocasião desde julho de 2010. Em junho, o índice havia sido de 0,26%. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (6/9).

Com o resultado de agosto, a inflação acumula alta de 3,43% no ano. Nos últimos 12 meses, a taxa ficou em 6,09%, abaixo do teto da meta da equipe econômica do governo – de 6,5% neste ano. Até junho, o índice havia superado o limite superior da marca fixada para 2012 (6,70%), mas, diante da quase estabilidade da inflação em julho, recuou para 6,27%.

De todo modo, o câmbio, dizem especialistas, é uma incerteza adicional e traz risco de pressões inflacionárias – já sentidas nos atacados e nos preços praticados pela indústria. As projeções apontam para uma alta do IPCA próxima a 6% neste ano.

Por outro lado, a elevação da taxa de juros pode segurar o consumo e já esfriou a concessão de crédito. Desse modo, o governo tenta evitar que as famílias comprem mais e estimulem aumentos de preços. Outro fator que contém o consumo é o mercado de trabalho já não tão vigoroso, com emprego e renda em desaceleração.

Alimentos

Após uma forte queda de 0,33% em julho, os preços dos alimentos não mantiveram a tendência de deflação e registraram aumento de 0,01%, taxa que mostra praticamente uma estabilidade.

Dentre os alimentos, os aumentos mais importantes foram do leite (3,75%), farinha de trigo (2,68%), cerveja (2,63%), pão francês (1,56%) e macarrão (1,28%). A alimentação fora de casa também ajudou a colocar um fim no período de deflação do grupo, com altas em itens como refeição (0,76%), lanche (0,69%) e cerveja consumida em bares e restaurantes (0,56%).

Por outro lado, ficaram mais baratos cebola (22,84%), tomate (12,89%) e feijão-mulatinho (10,87%), que tinham sido afetados pelo clima e pelo excesso de chuvas e agora recuam na esteira de uma melhor condição climática para as lavouras.

Segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora da Índices de Preços do IBGE,
apesar da deflação em julho e da quase estabilidade em agosto, os alimentos seguem mais caros do que em 2012, com aumento acumulado em de 10,46% em 12 meses, acima da taxa média do IPCA. “Ou seja, para comprar o mesmo as famílias têm de despender uma fatia maior do orçamento com alimentos.”

(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo