A rede registrou perda de vigor no primeiro trimestre do ano ao apurar uma expansão de 5,5% nas vendas brutas no País. Nas “mesmas lojas” (em operação há mais de 12 meses) o crescimento foi de 3,7%. É a menor taxa dos últimos trimestres. Mas a subsidiária conseguiu fechar o primeiro trimestre com “leve lucro operacional”, disse Doug McMillon, presidente do Walmart International, ontem (16/5), em teleconferência com analistas.
O Pão de Açúcar (área alimentar) e o Carrefour registraram taxas maiores de crescimento da receita bruta no período – de 10,6% e 13,3%, respectivamente. Ao se analisar o desempenho do varejo alimentar, as duas redes e o Walmart crescem acima da média. Segundo a pesquisa do comércio do IBGE, a receita nominal do setor cresceu 1,74% no primeiro trimestre. No ano passado, as vendas brutas de GPA Alimentar cresceram 9,4%, do Carrefour, 10,4%, e do Walmart, 10,5%.
A forte base de comparação de 2012 pode explicar a desaceleração do Walmart – no primeiro trimestre do ano passado a expansão foi de 14,5%. Mas a empresa admite que não ganhou mercado na maioria das categorias e perdeu tráfego – apesar de ter ampliado o gasto por pessoa (tíquete médio). A perda de poder aquisitivo da população em 2013, reflexo da pressão inflacionária, também pesou. “Apesar de nós não termos crescido nossa participação nas demais categorias, nós ganhamos em mercearia, perecíveis e higiene e limpeza”, disse McMillon, sobre o Brasil. “Vendas de produtos em geral foram fracas, conforme nós reduzimos a oferta de crédito (parcelamento sem juros)”.
O tíquete médio (gasto por cliente) cresceu 7,2%, mas o tráfego caiu 3,5% de janeiro a março em relação ao ano passado, indicando que menos pessoas foram às lojas, mas quem foi comprou mais.
O executivo disse que o site da empresa no Brasil tem bom desempenho, com aumento nas vendas de “mais de 40%” de janeiro a março.
O comando do Walmart voltou a reforçar a crença na política do “preço baixo todo dia” (PBTD) no Brasil. “Nós continuamos com nosso mantra do “preço baixo todo dia” e do “custo baixo todo dia”, mantendo a redução de 7% no preço de nossos produtos em relação à concorrência”.
A empresa alterou sua política comercial no Brasil em 2011, deixando de operar por meio de promoções pontuais e oferecendo o que a empresa chama de PBTD (Preço Baixo Todo Dia). Essa estratégia ainda está sendo implementada no País – neste momento, as lojas de atacado são alvo da mudança – e é usada pelo Walmart no mundo todo. A base da estratégia é oferecer constantemente mercadorias a preço inferior ao dos rivais, diz a rede, e não operar com descontos esporádicos. Dessa forma, teoricamente, a empresa reduz custos fixos que existem em uma operação de promoções.
Os brasileiros estão acostumados a descontos e promoções e essa cultura seria a barreira inicial para a implantação da estratégia da rede no País, dizem analistas. Walmart diz que o projeto tem dado resultados.
McMillon reforçou que a margem bruta aumentou ligeiramente no País, como resultado de uma melhor gestão de preços. Mas a empresa informou que não conseguiu reduzir a relação despesas e receita “devido à baixa taxa de crescimento das vendas ‘mesmas lojas’, especificamente no formato de atacado”. Os reajustes dos salários também pesaram nessa conta.
(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo