“Somos uma força revolucionária”, diz Zeng Ming, estrategista-chefe do grupo Alibaba, a maior empresa de comércio eletrônico da China –e, em breve, a número um do mundo, preveem analistas.
A imodéstia de Zeng é explicada pelos números estratosféricos. Eles fizeram do Alibaba um fenômeno em constante crescimento desde sua criação, em 1999, época em que poucos na China sabiam o que era internet.
Embora o sucesso não tenha se repetido no Brasil, onde o Alibaba desembarcou em 2010, Zeng afirma que o país tem potencial para ser um dos maiores mercados de e-commerce do mundo, e por isso é um dos alvos estratégicos da empresa.
“Pode demorar, mas os exemplos vão convencer os empresários brasileiros.”
“No início, ninguém acreditava na gente. Só quando os primeiros clientes começaram a receber grandes encomendas do exterior é que as pessoas começaram a aderir. Hoje, temos usuários em 200 países.”
O Alibaba não é um site para consumidores, mas uma espécie de comunidade de negócios que facilita a conexão entre empresários.
No jargão do setor, um modelo conhecido como B2B (business to business).
Segundo a revista “Economist”, que colocou a empresa na capa de sua edição mais recente, o grupo Alibaba movimentou US$ 170 bilhões em vendas no ano passado, superando as gigantes americanas eBay e Amazon somadas.
“Sem a estrutura e a tradição do varejo americano, mas com a tecnologia em rápida expansão, pudemos inovar e mudamos fundamentalmente a paisagem de negócios da China”, disse Zeng à Folha.
A inovação foi criar uma ferramenta que permitisse conectar pequenas manufaturas da China ao mercado local e internacional.
COGUMELOS
A mudança, afirma Zeng, não se limitou aos centros urbanos nem à indústria.
“Com a ajuda do Alibaba, pequenos fazendeiros passaram a vender mel, cogumelos ou tomates a fornecedores que estariam inacessíveis sem a tecnologia”, diz.
“O consumidor também ganhou. Com o aumento da oferta, os preços baixaram.”
Empurrado pelo interesse mundial pelo mercado asiático, o negócio criado pelo professor de inglês Jack Ma explodiu, indo além do B2B para gerar duas outras empresas de e-commerce.
Há duas semanas, Ma, 48, anunciou que deixará o cargo de presidente-executivo, em meio a especulações de que o grupo abrirá capital.
Analistas consultados pela “Economist” estimam que, com a oferta pública inicial de ações, o valor da empresa ficará entre US$ 55 bilhões e US$ 120 bilhões. Para efeito de comparação, o Facebook é avaliado em US$ 60 bilhões.
(Por Folha de S.Paulo) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo