O varejo popular para atender a nova classe C em crescimento é uma das tendências de bons negócios para 2013. A expansão de consumo da chamada nova classe média impulsiona o mercado de lojas de comércio com produtos a preços mais populares.
O empresário Adriano Sandi percebeu o poder de consumo da classe C e fez o que ela mais quer: baixou os preços.
“A gente terceirizou toda a produção, com empresas que já estão no mercado, e eu tirei esse custo fixo, o nosso preço do sapato reduziu”, explica Sandi.
A loja oferece 400 modelos de sapatos. Com salto alto, baixo, sandálias, botas, muitas cores e estilos, além de bolsas e carteiras. O estabelecimento recebe mais de 500 clientes por final de semana.
“A classe C é a bola da vez, então com mais variedade a gente consegue atingir mais classe C e crescer mais,” diz o empresário.
O investimento para montar uma loja deste tipo é de cerca de R$ 250 mil. O dinheiro vai para estoque, reforma e capital de giro. E o faturamento médio é de R$ 95 mil por mês.
Em 5 anos, preços caem 30% em loja
O empresário Carlos Teixeira também está satisfeito com a aposta na classe C. Ele vende cortinas, tapetes e acessórios. Nos últimos cinco anos, os produtos ficaram 30% mais baratos, já descontada a inflação, o que estimulou o consumo.
“Em função da entrada do produto importado, acabou baixando o preço no geral, inclusive do produto nacional”, diz o empresário.
Na frente da loja, promoções são anunciadas para fisgar quem passa. Dentro, mais de 100 modelos. Cortina a R$ 69, tapete por R$ 9. Tudo podendo ser parcelado em até 6 vezes.
O investimento para montar uma loja deste tipo é de R$ 150 mil, incluindo reforma do espaço e estoque. A empresa vende 200 peças por mês.
Teixeira pensa agora em abrir mais uma loja. “A classe C tem crescido muito e nós não estamos podendo deixar passar essa oportunidade para crescer também”, diz o empresário.
Loja de jeans fabrica 90% do que vende
o próprio Os irmãos Tufic e Antoine Bordokan também focaram no comércio popular e vendem roupas feitas com o tecido mais popular do planeta: o jeans.
“Na verdade, todo mundo usa o jeans, criança, adulto, mulher, homem. Inclusive entrou na moda, tem muito desfile com o jeans hoje em dia”, diz o empresário.
Os irmãos produzem e vendem calças, bermudas, shorts e saias em jeans. Os empresários produzem 90% do que vendem, eliminando intermediários e derrubando os custos.
Para conseguir vender a preços baixos, a fábrica foi planejada para economizar. Os empresários só compram matéria prima em quantidade e à vista para ter descontos. E na hora de riscar os modelos, eles fazem cálculos para não ter desperdício. Já o corte e costura do jeans são terceirizadas. A loja chega a atender mais de mil clientes por dia.
Para o consultor Nilson Hashizumi, o cliente da classe C é conhecido como “consumidor mais por menos.” Quer mais qualidade e pagar menos por ela.
“É um consumidor muito parecido com todos os outros só que na medida em que ele percebe o quanto é mais difícil ganhar, o quanto foi suado chegar numa condição de melhor consumo ele acaba se tornando mais exigente naturalmente em relação aos produtos aos serviços que ele vai acessar”, diz Hashizumi.
Segundo Ibope, em 2013, a nova classe média brasileira vai gastar mais de R$ 42 bilhões com artigos para casa e vestuário.
(Por Varejistas) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo