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O comércio varejista no Brasil sofreu prejuízos de quase R$ 4 bilhões entre junho de 2008 e junho de 2009 apenas diante do furto de mercadorias por parte de clientes e pelos próprios funcionários de lojas. Os dados foram divulgados pelo Centro de Pesquisas de Varejo, no Reino Unido, que alerta que a recessão mundial gerou uma alta sem precedentes no volume de furtos por parte de clientes em lojas nas maiores economias do mundo.

A maior surpresa para o centro de pesquisa foi a descoberta que a maioria dos “novos furtos” foi realizado por pessoas da classe média.
A pesquisa foi feita em 41 economias com mais de mil redes de lojas de forma confidencial. O levantamento havia sido encomendado pela empresa de segurança de redes de comércio, Checkpoint Systems. Em todo o mundo, a alta nos furtos no ano da recessão foi de 5,9%, totalizando US$ 115 bilhões.
Para os pesquisadores, a alta nos furtos está relacionada com a crise mundial e a queda do poder aquisitivo de uma classe de consumidores que não estavam acostumados a sofrer privacidades.
No Brasil, a alta nos roubos ficou acima da média mundial, em 6,6%. Mas o País apresentou dados menores que Europa, Japão ou Estados Unidos. No Brasil, ao contrário de outras economias, a maior parte dos furtos (41%) foi realizada por funcionários das lojas. Clientes foram responsáveis por 33%, sendo que o restante teria sido gerado por fornecedores das mercadorias e no transporte.

Os dados divulgados nesta semana pela entidade indicou que o furto aumento em 8,8% em lojas de varejo nos Estados Unidos entre junho de 2008 e junho de 2009. Um ano antes, a alta havia sido de apenas 1,5%. A mesma tendência foi verificada na maioria dos países industrializados.
Só nos Estados Unidos, os furtos às lojas geraram prejuízos de US$ 42 bilhões, o equivalente a 1,6% do total de vendas no maior mercado do mundo.
O estudo mostrou que o furto por funcionários tem como objetivo, na maioria das vezes, a revenda dos produtos e vários grupos criminosos já foram pegos nos últimos anos atuando no setor de entregas e no armazenamento.
Já os furto por clientes são em sua maioria um fenômeno pessoal e até de manutenção de um certo status e “qualidade de vida”. Segundo o estudo, famílias afetadas pela recessão ou pessoal que perderam seus empregos nos últimos meses estão entre as principais responsáveis por essa alta. No Reino Unido, a alta nos roubos em lojas foi de 20%.
Na Inglaterra, as lojas de roupas de marca sofreram uma alta de 9% nos furtos. Na média, um roubo tem como alvo bens de cerca de US$ 90,00.
Segundo a entidade de pesquisa, o volume de roubos afeta o preço dos produtos. Os preços dos bens à venda seriam mais baixos se o roubo fosse controlado.
Entre os itens mais roubados estão perfumes, produtos cosméticos, eletrônicos e celulares. Já nos supermercados, os bens mais roubados são carnes e queijos. “Os perfis dos produtos furtados e dos autores dos furtos mostram que uma das possíveis causas do aumento é o fato de as pessoas não quererem ficar sem os bens que podiam dispor até pouco tempo”, afirmou Joshua Bamfield, autor do estudo.


Fonte: Diário do Pará com informações Agencia Estado