Há 18 anos à frente da rede de franquias de lava-rápido DryWash, Lito Rodriguez agora quer ganhar espaço nas gôndolas dos supermercados.
Em dezembro do ano passado, ele lançou uma linha de produtos automotivos da marca com 10 itens, incluindo não só o composto de lavagem a seco desenvolvido pela empresa, mas também silicone, limpa-vidros, cera automotiva, entre outros.
O projeto do empresário é ambicioso. Até o fim do ano, ele ainda deve colocar à venda alguns produtos orgânicos, parte da estratégia de reposicionamento da rede – a empresa começou a reformular algumas lojas com materiais ecologicamente corretos para reforçar o apelo de sustentabilidade da lavagem a seco.
“Atualmente, ser uma empresa ambientalmente correta é obrigação”, diz o empreendedor. Se tudo der certo, até 2016, Rodriguez pretende lançar também itens para higiene da casa. “Minha especialidade é limpeza de superfície, o que me permite atuar em outros ramos”, explica.
Rodriguez não tem medo de ousar. Em 1994, ingressou no emergente, mas pouco profissionalizado mercado de lavagem automotiva com a ideia de construir uma grande rede. Para se destacar, na primeira unidade instalou sala de espera, televisão, frigobar e refeitório para os funcionários. Mas um detalhe ainda o incomodava: o uso de água para lavagem dos carros.
“Queria levar o serviço para onde as pessoas estavam, mas esbarrava no problema de uso da água e esgoto”, explica. O empresário, que pouco entendia de química, começou a pesquisar por conta própria a fórmula de um produto que limpasse superfícies sem o uso desses recursos. Após um ano de testes caseiros, encontrou a fórmula perfeita. O composto que permite a lavagem a seco, deu a Rodriguez mobilidade para levar o serviço a condomínios e estacionamentos de shoppings. De quebra, ele ganhou credibilidade ao associar sua empresa a uma prática ambientalmente correta.
Como consequência, as franquias da marca DryWash ganharam espaço no mercado. Em dois anos, já existiam mais de 120 lojas. O crescimento acelerado, porém, quase fez o empresário perder o controle. “Trabalhava 18 horas por dia, sete dias na semana. Parei de me atualizar e, se por um lado ganhava dinheiro, por outro minha empresa não agregava valor” conta.
A mudança aconteceu em 2002, quando o negócio foi selecionado para participar de um programa do Instituto Endeavor. “Fizemos uma grande estruturação que nos permitiu um crescimento sustentável”, conta. O número de franquias também foi reduzido – atualmente são aproximadamente 60 lojas.
Para diminuir os custos da fábrica, o empreendedor precisava ganhar escala e aumentar sua produção.
A saída foi fabricar produtos para terceiros, o que aprimorou a tecnologia da empresa e abriu espaço para o desenvolvimento da linha própria para o varejo. O desafio agora é construir um bom canal de distribuição.
Apesar do desaquecimento da indústria, Rodriguez não se intimida. Esse ano quer aumentar em 30% as vendas da fábrica da DryWash. O plano é igualar a receita de produtos e serviços – atualmente o faturamento das franquias é estimado em R$ 40 milhões, enquanto o da fábrica é de R$ 5 milhões.
(Por Gouvêa de Souza) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo