Os próximos três anos devem ser de alta competição no mercado brasileiro de cervejas, com riscos de a Ambev perder participação, de acordo com um relatório recente do Bank Of America.
A cervejaria hoje tem 60% do mercado, mas o Grupo Petrópolis – que produz cervejas como a Itaipava – e a Heineken devem ter um crescimento de 30% até 2022.
Esse crescimento deve reduzir o tamanho da Ambev no mercado porque o banco visualiza um aumento leve na demanda no país, abaixo desse ritmo.
Ou seja, o tamanho do bolo continua o mesmo, mas Petropólis e Heineken vão ficar com uma fatia maior. Isso significa maior competição e, possivelmente, menor lucratividade para todos os participantes.
A Ambev chegou a ter um presença caindo a 56% do mercado em 2018, mas conseguiu voltar aos 60% depois de lançar produtos novos e diferenciados como a Brahma Duplo Malte, de acordo com o relatório. Em 2005, a cervejaria dominava 69% do mercado nacional.
O Bank Of America destaca investimentos do Grupo Petrópolis e do Grupo Heineken como sinais da expansão da cervejaria.
O Grupo Petrópolis anunciou um desenvolvimento em duas fases de sua planta de Uberaba, o que deve permitir que a empresa aumente a capacidade para 4,7 bilhões, contra a capacidade instalada de 3,6 bilhões de litros em 2020.
Já o Grupo Heineken anunciou o investimento de uma nova fábrica na cidade de Pedro Leopoldo, em Minas Gerais, com um investimento de R$ 1,8 bilhão, com conclusão prevista para o final de 2022.
Em 2012, o consumo per capita de cerveja atingiu o pico de 270ml por dia. Em 2020, ele totalizou 250ml, 6% abaixo do pico. A demanda só deve voltar ao tamanho inicial à medida em que o PIB do país se recupera. Para os próximos três anos, o Bank Of America prevê um crescimento que ela chegará a 15,9 bilhões de litros.
A análise feita pelo banco precificou as ações da companhia em “underperform”, a R$15 por ação.
(Por Exame – Victor Sena)
varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM, Heineken, AMBEV, Cerveja