A varejista de moda online Dafiti divulga nesta segunda-feira, 28, sua estratégia socioambiental e de governança (ESG, na sigla em inglês). O foco da companhia, que se considera uma fashiontech, é atuar na sua cadeia de fornecedores, influenciando os parceiros para que realizem mudanças nos produtos e nas operações logísticas.
Para acelerar as mudanças, o grupo está lançando uma loja sustentável, que venderá apenas produtos fabricados com materiais que não agridem o meio ambiente nem tragam impactos significativos à sociedade. O movimento tem uma base consciente, mas também representa uma importante virada nos negócios.
“Vou te dizer que, hoje, o que a gente coloca de produto sustentável, vende”, afirmou à EXAME Cristiano Medeiros, líder de sustentabilidade do grupo. “A questão é como a gente fomenta a produção de produtos alinhados a esse novo conceito de moda.”
A estratégia ESG da empresa tem compromissos internos, como a compensação do impacto das embalagens plásticas, que já é de 100%, e o uso de energia renovável em seus nove centros de atendimento no mundo. A companhia também compensou, no ano passado, mais de 110 mil toneladas de carbono, por meio da compra de créditos.
Mas, é na cadeia de fornecimento que estão os maiores desafios. “Precisamos incentivar o uso de fibras alternativas, por exemplo”, afirma Medeiros. “Não é fácil, para o fornecedor, mudar de material rapidamente.” A meta da varejista é ter 10% dos produtos de marca própria fabricados com materiais sustentáveis, e 10% das vendas de e-commerce também associadas a produtos ESG ainda este ano.
A varejista online teve crescimento expressivo em 2020, beneficiada pelo boom do comércio eletrônico que veio junto com a pandemia. E tem planos para crescer ainda mais — a meta é tornar-se a referência número zero do setor, assim como Netflix é para o streaming de filmes e séries e Spotify é para a música.
O faturamento em 2020 foi de 3,4 bilhões de reais, 31% maior que o registrado em 2019. A base de clientes chegou a 7,7 milhões de clientes ativos, alta de 31% no quarto trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2019. Isso mesmo em período em que o setor de vestuário e calçados encolheu 20%, de acordo com dados do IBGE.
“O digital cresceu muito no ano passado e estávamos preparados para absorver esse crescimento”, afirma Philipp Povel, cofundador da companhia. A Dafiti também detém as marcas Kanui e Tricae. Além do Brasil, tem operações na Argentina, Chile e Colômbia
(Por Exame – Rodrigo Caetano)
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