Na correria do dia a dia, muitas vezes as pessoas mal conseguem parar para comer. O conceito de hiperconveniência surgiu justamente da necessidade de os estabelecimentos oferecerem soluções que poupem tempo e esforço de seus clientes. O Grab and Go (cuja tradução significa “pegue e vá”) é um modelo de atendimento que consiste na oferta de alimentos e bebidas prontos para consumo. A modalidade, que já é amplamente utilizada em países como Estados Unidos e Reino Unido, agora começa a conquistar espaço no Brasil.
A principal característica do Grab and Go é a oferta de alimentos e bebidas prontos e embalados, o que possibilita que o cliente faça uma compra rápida, sem necessidade de realização de pedidos. Os produtos são dispostos em prateleiras expositoras com temperatura controlada e em embalagens que facilitam a identificação de cada item. Essa tendência segue uma demanda dos consumidores por produtos alimentícios que sejam saudáveis, minimamente processados, frescos e, é claro, saborosos.
O sistema surgiu como resposta ao estilo de vida dinâmico e cronometrado da atualidade. Conforme dados apurados em 2017 por uma pesquisa da Nestlé Profissional, 60% dos entrevistados afirmam fazer refeições (como café da manhã, almoço e jantar) em movimento entre as atividades do dia. O estudo também identificou que o tempo dedicado à alimentação está encolhendo: 70% dos respondentes gastam 10 minutos ou menos para o café da manhã, enquanto 95% leva menos de 30 minutos para almoçar.
O sistema Grab and Go é uma opção vantajosa para empreendedores do setor de Alimentos e Bebidas. As empresas focadas especificamente no modelo podem ter instalações pequenas, com cozinha e uma área de atendimento contendo as prateleiras e o caixa de pagamento. A equipe necessária para operação do negócio também costuma ser enxuta, já que grande parte do atendimento ocorre por meio de autosserviço.
O Grab and Go permite o controle dos insumos e pré-preparo antecipado, o que traz ganhos de agilidade – aspecto importante, pois a reposição das prateleiras deve acontecer rapidamente. Além de atuar em espaço próprio e vender diretamente ao consumidor final, as empresas podem fechar parcerias com empreendimentos onde esse tipo de serviço pode ser útil, como prédios corporativos, por exemplo.
Para os clientes, o formato proporciona uma experiência que alia a praticidade de comprar algo pronto para fazer refeições e lanches, a variedade de opções para diferentes paladares e dietas e a conveniência de consumir os produtos onde quiser.
O modelo ainda é pouco explorado no Brasil e um dos motivos é a questão cultural. Segundo dados do Sebrae, de cada dez restaurantes de pequeno porte do país, seis operam por meio de atendimento self-service. São os típicos buffets a quilo. As empresas que desejam apostar em um modelo diferenciado devem ficar atentas aos detalhes, além de oferecer uma opção atrativa de alimentação fora do lar.
Os estabelecimentos de Grab and Go devem estruturar o espaço e a sistemática de atendimento de forma que os clientes entendam facilmente qual caminho seguir. Nesse aspecto, devem ser considerados tanto o acesso aos produtos como a itens complementares, entre eles molhos e condimentos, talheres, guardanapos, copos e sacolas. Também é importante agilizar o processo de pagamento, direcionando um funcionário apenas para operar o caixa ou oferecendo outras alternativas, como pagamento por aplicativo.
A logística de um negócio como esse depende muito da escolha dos equipamentos adequados, especialmente no que se refere às prateleiras de apresentação dos produtos. É necessário que os aparelhos conservem a higiene e a temperatura correta, a fim de garantir a qualidade e a segurança dos produtos oferecidos.
Na área de vendas de produtos Grab and Go, as embalagens assumem uma posição de destaque. Elas devem possibilitar a visualização detalhada do conteúdo interno e direcionar a atenção para o produto. Os recipientes precisam também permitir o consumo prático do alimento ou bebida. Materiais biodegradáveis são opções que agregam valor ao produto pelo apelo ambiental, já que existe uma preocupação com geração de lixo no segmento.
O formato representa um campo com amplas oportunidades para o setor de Alimentos e Bebidas, incluindo refeições e lanches para todos os períodos do dia. Os empreendedores podem usar o modelo para vender refeições, como café da manhã, almoço e jantar; lanches e sobremesas; bebidas; sanduíches; comida saudável; saladas; produtos vegetarianos e veganos, entre outros.
(Por Mercado&Consumo) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM, Grab and Go