O primeiro trimestre do ano foi impactado pelos sinais de recuperação da economia, ainda que o desemprego tenha aumentado. As informações são da mais recente edição do Consumer Insights, estudo elaborado pela empresa de pesquisa Kantar Worldpanel, que analisou dados colhidos em 11.300 lares e que representam 55 milhões de lares brasileiros.
Nesse cenário, após um momento muito negativo em 2015, o começo de 2018 apresentou um desempenho mais positivo em relação às unidades compradas pelos consumidores – ao organizar os valores no primeiro trimestre de 2015, o crescimento nesses três primeiros meses foi de 11% frente o resultado dos últimos três anos.
No entanto, o volume, tanto em toneladas quanto em litros, desenvolveu-se menos, apenas 4% acima, o que pode ser explicado pela tendência de priorizar tamanhos menores e levar mais unidades, especificamente em categorias de alimentos e bebidas.
Considerando ainda a diminuição da frequência de compra no longo prazo – queda de 3,1% nos 12 meses terminados em março de 2018 em comparação com o mesmo período de 2017 -, ocorreu uma variação positiva de valor deflacionado de 2,5%. No curto prazo, o valor se apresenta mais estável, mesmo com o crescimento em volume, o que ocorreu principalmente pela queda de 4% no preço médio, gerando retração no gasto médio dos lares com Bens de Rápido Consumo (FMCG, na sigla em inglês).
Sobre as regiões do país, a Sul foi a que mais contribuiu para o crescimento do país no longo e curto prazo (6% em volume/toneladas e 7,2% unidades por ocasião nos últimos doze meses terminados em março 2018), enquanto Norte e Nordeste foram as que mais contribuíram negativamente na comparação aos três primeiros meses de 2018 ante o mesmo período de 2017 (3,2% em volume/toneladas e 6,7% unidades por ocasião).
Outro dado constatado foi que o consumo fora de casa cresceu 3% em volume nos primeiros três meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, ocasionada principalmente por ambulantes e bares.
Sobre os canais, o atacarejo novamente teve destaque, ganhando 2,6 pontos percentuais de penetração, o que representa +1.4 milhão de novos domicílios comprando no canal. Já farmácia e drogaria ganharam 2.9 p.p, um incremento +1.6 milhão de lares. Já o varejo tradicional e porta a porta seguem perdendo espaço.
Os consumidores seguem apostando em práticas da época do agravamento da crise, mesmo com a economia dando sinais de menos instabilidade. As marcas mais econômicas e produtos em promoção continuam na ordem do dia. Nos 12 meses terminados em março de 2018, a importância em volume (unidades) de itens em promoção foi de 16,9% – o índice era de 12,8% no mesmo período de 2016.
(Por SuperVarejo) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM, Atacarejo