No mês de maio, um terço (33%) dos usuários de cartão de crédito no país não sabe ao certo o quanto gastou na fatura, de acordo com um levantamento realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
De modo geral, 39% dos brasileiros que utilizaram o cartão de crédito ao menos uma vez no mês notaram aumento no valor da fatura, ao passo que para 35% ela se manteve igual em relação aos meses anteriores. Apenas 20% relatou diminuição. Considerando o percentual dos que têm ciência do valor desembolsado no período, a média foi de R$ 1.136,47.
Dentre os usuários de cartão de crédito no período, 21% caíram no chamado ‘rotativo’, que é quando o consumidor opta por pagar um valor inferior ao total da fatura ou nem mesmo pagar esse valor. Os que quitaram a fatura integralmente em maio somam 76% dos entrevistados.
A pesquisa ainda mostrou que as compras em supermercados foram o tipo de aquisição mais realizada no cartão, citadas por 63% dos entrevistados. Já em segundo lugar ficam os remédios, lembrados por 47%. As roupas, calçados e acessórios ficam somente em terceiro lugar com 35% de citações. Completam o ranking de principais gastos os combustíveis (33%), idas a bares e restaurantes (33%) e compra de produtos de beleza, como perfumes, cremes e maquiagem (15%).
De acordo com o levantamento, no último mês de maio, 42% dos brasileiros recorreram a alguma modalidade de crédito, sendo que o cartão de crédito foi justamente o mais utilizado, citado por 36%. Em seguida, aparecem o crediário ou carnê (9%), cheque especial (7%), empréstimos (6%) e financiamentos (3%). Os que não se utilizaram de nenhuma modalidade somam 58% dos consumidores.
A sondagem apontou que mais da metade (51%) dos entrevistados considera ‘difícil’ ou ‘muito difícil’ ter acesso a empréstimos e linhas de financiamentos. Um dado que reflete o cenário mais restritivo no mercado, é que dois em cada dez (18%) consumidores brasileiros tiveram crédito negado ao tentarem fazer parcelar uma compra em algum estabelecimento comercial, principalmente por estarem com o CPF restrito (8%) ou com problemas na comprovação de renda (5%).
O quadro de dificuldades fica ainda mais evidente quando os entrevistados são questionados sobre as finanças pessoais. A apuração mostrou que cresceu de 80% para 84% o percentual de brasileiros que disseram se encontrar em uma situação de ‘aperto financeiro’. De modo geral, 35% declararam estar ‘no vermelho’, ou seja, sem condições de pagar todas as suas contas, enquanto 49% se encontram no ‘zero a zero’, isto é, até conseguem honrar com seus compromissos financeiros, mas terminam o mês sem sobras no orçamento. Apenas 11% estão em situação confortável e com dinheiro sobrando no bolso.
Diante de um cenário mais complicado, a pesquisa apurou que, em 30 dias, passou de 49% para 57% o percentual de consumidores que tinham a intenção de cortar gastos ao longo de junho, contra apenas 5% que planejavam gastar mais do que em meses anteriores. Os fatores que pesaram para a decisão mais cautelosa são o aumento de preços (46%), o alto grau de endividamento (17%) e o desemprego (16%).
(Por SuperVarejo) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM