A Marisa deu a largada para avenda de cosméticos. Conhecida pelo seu foco na classe C, avarejista lançou a marca própriaBody Essence, formada por produtos como sabonete líquido, creme hidratante e óleo de massagem. Mas se a companhia foi uma das pioneiras na venda de roupas pela internet, no segmento de beleza ela vai ter de correr atrás do tempo perdido.
Uma de suas principais concorrentes, a Renner,vende artigos de sua marca própria Alchemia desde 2004.“Estamos em fase de testes.Por enquanto são quatro linhas,com cinco produtos cada uma”, diz Roberto Sampaio, diretor comercial da Marisa. O Brasil é o terceiro maior mercado de produtos para higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, atrás apenas de Estados Unidos e Japão. Considerando se o preço final ao consumidor, as vendas no país somaram US$ 37,4 bilhões no ano passado,como mostram dados do Euromonitor International. A indústria de cosméticos brasileira, por sua vez, alcançou receitade R$ 27,3 bilhões, alta de11,8% em relação a 2009.
Apesar dos números animadores, ainda há quem resista emse aventurar neste mercado. Para Flávio Rocha, presidente da Riachuelo, é difícil incluir no mix um produto tão diferente dos itens de moda com os quaisa varejista está habituada. “Reprogramar os terminais de venda para impostos diferentes para cada linha de produtos é o principal obstáculo”, diz. No entanto, o empresário reconhece a oportunidade por trás dos produtos de beleza. “Chegamos a analisar algumas vezes a entrada neste segmento, mas postergamos. É uma área que cresce bastante principalmente na classe C”, diz Rocha. Na Marisa, os cosméticos, cuja produção é terceirizada, estão sendo vendidos em algumas lojas da rede e também pela internet. E assim como fez com as roupas, a companhia terá de superar os desafios de comercializar pela web um tipo de produto que, por características como cheiro e benefícios para a pele, normalmente necessitam de experimentação. Pesquisa realizada pela consultoria Gouvêa de Souza com 700 brasileiros que acessam a internet aponta algumas razões pelas quais as pessoas resistem em comprar pela web. Do total de entrevistados, 59% preferem tocar o produto. Em2009 este percentual era de 55%. Cerca de 40% têm medo de não receber a mercadoria. No ano passado, 33% dos internautas demonstraram esta preocupação. Apesar de não abrir os números do comércio eletrônico, a Marisa demonstra acreditar neste canal, pois continua investindo nele. Em 2010, implementou uma nova plataforma tecnológica, a qual resultou na ampliação das funcionalidades do site. Por exemplo: os clientes cadastrados que navegam pela loja virtual recebem indicações do que comprar de acordo com seu perfil. Para driblar a falta de padronização no tamanho das roupas, uma das maiores dificuldades das varejistas de vestuário, a companhia montou um banco de dados com as medidas de seus clientes. “Eles entram no site e preenchem um rápido cadastro. É por isso que conseguimos indicar os produtos de acordo com as medidas deles. Este cadastro ajudou a diminuir a quantidade de trocas de produtos, que podem ser feitas nas lojas”, diz Sampaio. A varejista terminou 2010 com 290 unidades. A previsãoé encerrar este ano com 334 pontos de venda.
(Por Brasil Econômico) Varejo, Núcleo de Estudos do varejo