Temida pelos fabricantes já instalados no Brasil, a China finalmente fincou sua primeira raiz no setor automobilístico nacional com o início das obras da fábrica da Chery em Jacareí (SP). Como importadora, a marca já oferece um dos carros mais baratos do mercado, o QQ, vendido a R$ 23.990, todo equipado – atrativo que gera fila de espera de mais de três meses.
A expectativa era de que a produção local resultaria em produtos ainda mais em conta. Mas o presidente mundial da Chery, Yin Tongyao, avisa que o grupo não quer conquistar o mercado com base em produto barato. O primeiro modelo a ser feito no País terá preço intermediário entre o QQ e o Face, que custa R$ 31,9 mil.
O executivo garante, contudo, que sairá de fábrica mais equipado que os concorrentes. “Esse será o nosso diferencial”, disse, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. O plano da Chery é chegar a 4% do mercado brasileiro em até seis anos. Segundo ele, a competição no mercado chinês é muito maior que no Brasil. “Não há nenhuma indústria do ramo no mundo que não queira estar no Brasil hoje”, avaliou.
Para o executivo, a economia brasileira e a australiana são singulares no contexto internacional. “Durante a crise financeira, em 2008, Brasil e Austrália escaparam relativamente ilesos. Acredito que isso tenha ocorrido em parte devido às exportações de commodities”, disse. “No caso do Brasil, também é preciso citar o governo Lula, que fez reformas políticas e estruturais que ajudaram o país a escapar da crise. O mercado brasileiro ainda vai crescer por alguns anos”, acrescentou.
(Por AE) Varejo, Núcleo de Estudos do Varejo