Uma pesquisa divulgada pela dunnhumby, multinacional inglesa líder em ciência do consumidor, mostra que as marcas que estão se saindo melhor em meio à crise são as que buscam se diferenciar no segmento Premium, e aquelas que vendem por preços bem mais baixos.
O estudo feito pela empresa que atende grandes nomes do varejo nacional e internacional, entre eles Tesco, Pão de Açúcar e Macy’s, prova que são as marcas e produtos que se encontram bem no meio do espectro de valor que tendem a perder espaço no mercado.
Mas o que uma marca precisa ter para se destacar dentro de sua própria categoria no cenário atual? Para entender como a crise vem afetando os hábitos de consumo da população brasileira, o trabalho analisou o comportamento de 700 consumidores na hora de comprar, levando em consideração seis categorias de produtos. Confira a seguir quais são os atributos decisivos na composição da cesta do brasileiros hoje em dia:
Diferenciação e fidelidade
Mais da metade dos brasileiros (66%) passaram a visitar mais supermercados em busca do melhor preço. No total, 80% dos entrevistados começaram a economizar em alguns produtos para manter o padrão no que é mais importante para eles. Segundo a pesquisa, os consumidores que elegem determinada categoria como importante são os que mantêm seus gastos em marcas premium. Já os que não têm preferência acabam migrando para produtos mais baratos, fazendo com que as marcas com menor diferenciação e fidelidade percam mais com o movimento.
Substituir para economizar
As categorias em que os consumidores estão mais dispostos a trocar de marca para economizar são as de produtos de limpeza, higiene e perfumaria, massas e molhos e condimentos. Por outro lado, aquelas que os consumidores deixam de comprar são as fabricantes de doces, sobremesas, salgadinhos e congelados (hambúrguer, pratos congelados, lasanha, etc.). Na verdade, salgadinhos e doces são os primeiros a serem riscados da lista para 30% dos entrevistados.
Mais baratos são os mais procurados
Qualidade supera a quantidade? Bem, quando se fala em produtos de limpeza hoje em dia, os mais baratos agora são os mais procurados: 38% dos consumidores ouvidos afirmaram optar por marcas mais em conta. Na categoria de cuidados com cabelos, 27% dos entrevistados admitiram ter trocado a marca de shampoo ou condicionador por uma mais barata. Entre as mais consumidas, por exemplo, estão a Monange – no extremo mais baixo de preço da categoria – e a marca Aussie, no outro extremo de valor.
Cervejas premium e artesanais ganham maior fatia do mercado
Apesar da perda de volume da categoria como um todo, os segmentos que se dão melhor na crise são os de cervejas premium e artesanais. Das categorias pesquisadas, cervejas apresentou o maior índice de fidelidade às marcas. Se forçados a economizar, 81% dos entrevistados disseram que manteriam a marca e diminuiriam o consumo, em vez de migrar para marcas mais baratas.
Oportunidade para o varejo
As vendas em supermercados também vêm crescendo bastante, na medida em que consumidores diminuem o consumo de bebidas alcoólicas em bares e restaurantes e passam a beber mais em casa para economizar. 56% dos entrevistados afirmam que diminuíram o consumo em bares e restaurantes com a crise e 40% disseram que passaram a tomar mais cerveja em casa para economizar.
(Por NoVarejo – Escrito por Danilo Barba) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM