O varejo de moda encerrou 2014 com crescimento de 1,5% em volume de peças e de 6,7% em valores nominais. Para 2015, a expectativa é de um crescimento de 3,1% em volumes de vendas e incremento de 8,6 em valor nominal. As estimativas são projetadas pelo IEMI (Instituto de Estudos e Marketing Industrial).
Essas projeções foram anunciadas antes das medidas anunciadas pelo governo esta semana e que deverão ter impacto sobre todos os setores da economia. A ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil), que reúne as grandes redes de varejo têxtil, afirma que é cedo para avaliar mas teme que o consumidor final seja novamente penalizado.
Para a Associação, as medidas de restrição ao crédito pessoal, o aumento de alíquotas de PIS/Cofins sobre as importações e a elevação de impostos sobre combustíveis poderão se refletir no aumento de preços praticados pela indústria. “As grandes redes têm como prerrogativa atender as necessidades do consumidor brasileiro em termos de variedade, qualidade e preços, bem como oferecer o acesso ao crédito. Entendemos que medidas de ajuste são necessárias, mas deverão vir acompanhadas de incentivos ao crescimento das empresas, do poder de consumo e dos investimentos”, diz Sidnei Abreu, diretor executivo da ABVTEX.
Além do impacto financeiro, o desempenho das lojas é diretamente afetado por problemas de infraestrutura. “A crise de água na região sudeste e problemas no fornecimento de energia interferem diretamente nas operações. Como agente de desenvolvimento nacional, formador de mão de obra e gerador de empregos em todos os municípios do Brasil, o grande varejo de vestuário espera por medidas que possam desonerar a produção, aumentar o PIB nacional e fomentar o desenvolvimento”. Entre estas medidas de incentivo ao setor, Abreu aponta para a adoção do Regime Tributário Competitivo para as Confecções (RTCC), pleiteado pelas associações que representam a indústria.
“Passamos por um 2014 difícil com a Copa do Mundo e eleiçôes. Queremos manter para 2015 a confiança de um bom desempenho para o setor com o foco no atendimento às expectativas dos consumidores brasileiros”, conclui.