O tradicional mercado de linha branca já não é mais o mesmo no Brasil. No ano passado, uma mudança que vinha sendo ensaiada no setor se consolidou. Em número de unidades, as vendas caíram, mas, em valor, elas aumentaram – reflexo da sofisticação do consumo e da incorporação da tecnologia aos produtos de casa.

Conforme a consultoria alemã GfK, entre janeiro e outubro de 2014, o número de refrigeradores vendidos, por exemplo, caiu 11% em unidades, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em reais, porém, a alta foi de 4,6%.

De acordo com Oliver Römerscheidt, diretor da área de varejo e tecnologia da GfK Brasil, tanto a mudança do perfil dos produtos quanto a inflação contribuíram para que uma maior parte das vendas se concentre em faixas de preços mais altas.

Entre 2013 e 2014, por exemplo, a fatia de mercado das geladeiras de preço até R$ 800 caiu de 9% para 2%, consideradas as vendas até outubro, de acordo com a GfK.

No setor de geladeiras e de fogões, produtos que já estão presentes em quase todos os lares brasileiros, a tendência é que o consumidor, na hora da troca, opte por um produto que tenha mais funções – segundo as fabricantes, a geladeira frost-free já é uma exigência comum entre os consumidores.

No entanto, a tendência de migração para produtos mais caros também é percebida em produtos como máquina de lavar automática, que hoje está presente somente em 50% dos lares. Produtos como o tanquinho, que exigem que o consumidor use a força para torcer a roupa, estão caindo em desuso. A classe C está disposta a comprar produtos mais caros, desde que representem benefício concreto de economia de tempo.

(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM