Tamanho é o que não falta à Península Participações, empresa que gere cerca de R$ 10 bilhões em patrimônio de Abilio Diniz e família. Porém, sempre é possível ficar maior para fazer mais. De acordo com apuração do jornal Valor Econômico, a a empresa de Diniz se prepara para estrear na captação de recursos de terceiros.

Cogita-se que o primeiro investimento que estuda fazer com parceiros deve ser o próprio Carrefour. Procurada, a Península informou que não comenta sua estratégia de investimentos. Já foram aplicados R$ 1,8 bilhão na compra de uma fatia de 10% da operação do Carrefour no Brasil, com direito a duas vagas no conselho de administração. Há mais R$ 1,5 bilhão, aproximadamente, investidos em cerca de 3,5% do Carrefour na França. No contrato de investimento no Carrefour Brasil, a Península tem opção de elevar, dentro de seis meses, sua fatia de 10% para 12%.

E, depois desse intervalo, terá um prazo de até cinco anos para ampliar até 16% do capital, opção que pode ser exercida a qualquer momento dentro desse intervalo. Segundo o Valor Econômico, a negociação com o Carrefour já contemplava a perspectiva de um terceiro sob tutela da Península ou mais do que um investidor. Assim, a primeira operação “alavancada” de Abilio pode contar com a captação de algo entre R$ 350 milhões até R$ 1 bilhão.

Com a Península, os parceiros de investimento devem dividir a capacidade de gestão do time, uma vez que a aplicação no ativo no caso, Carrefour deve ser indireta. Fontes a par do assunto afirmam que a rede de varejo de origem francesa pode ser apenas a primeira experiência desse modelo para a Península e que futuros investimentos ou ampliações de participações em negócios já detidos também podem adotar o mesmo sistema.

Atualmente, as companhias BRF e Carrefour são as duas grandes apostas da Península, sob a ótica da concentração em carteira. Esses são os grandes empreendimentos que Abilio quer deixar sua marca, nos quais possui participação direta e ativa.

A soma das aplicações da Península em Carrefour Brasil (R$ 1,8 bilhão) e Carrefour França (R$ 1,5 bilhão) faz da rede varejista francesa, no momento, a maior aposta do ex-dono do Grupo Pão de Açúcar. Juntas, as participações responderiam por cerca de 30% do patrimônio sob o comando da Península. Com isso, Abilio volta a concentrar suas apostas no ramo de varejo, agora pela histórica rival do GPA. Entretanto, mesmo representando boa parte dos recursos, a rede francesa não é a única companhia da família Diniz.

Já era esperada uma investida de Abilio no ramo de varejo, com destaque para o Brasil. Quando falou ao Valor na época da reorganização da Península, em outubro, ele disse que não queria mais ser homem de uma só empresa, mas de múltiplos investimentos.

(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM