As vendas no varejo brasileiro subiram 0,9% em novembro na comparação com outubro e avançaram 1 por cento sobre um ano antes, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, em resultados melhores do que o esperado.

A expectativa em pesquisa da Reuters era de que as vendas teriam avanço de 0,2% em novembro na comparação mensal, segundo a mediana de 27 projeções que foram de queda de 1,3% a alta de 0,7%.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a expectativa era de recuo de 0,35% na mediana de 24 projeções, que variaram de queda de 2,3% a avanço de 0,8%.

“O comércio deu uma guinada para baixo nestes últimos dois anos. Houve uma série de fatores, como a retirada gradual de incentivos para alguns setores… piora nas condições de crédito e um aumento na taxa de juros”, afirmou o técnico do IBGE, Nilo Lopes, para quem o resultado de novembro pode ter sido ocasionado pela antecipação das compras de Natal.

Em outubro, as vendas haviam avançado 1,3% sobre setembro e, na comparação com igual mês de 2013, 2,2%.

“O rendimento médio das pessoas ocupadas também diminuiu o ritmo de crescimento”, disse Lopes, acrescentando que a expectativa que sobre mudança na política econômica “pode frear um pouco o consumo”.

De acordo com o IBGE, cinco das oito atividades pesquisadas no varejo restrito tiveram alta mensal, sendo os destaques Livros, jornais, revistas e papelaria (+9,6%) e Móveis e eletrodomésticos (+5,4%).

Por outro lado, Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo,importante termômetro do consumo das famílias, teve queda de 0,8%, depois de ter subido 1,9% em outubro.

Já na comparação com novembro de 2013, o IBGE destacou a alta de 9,3% nas vendas do grupo Outros artigos de uso pessoal e doméstico, creditando o resultado às antecipações das compras de Natal.

O IBGE informou ainda que o volume de vendas no varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, subiu 1,2% em novembro sobre o mês anterior, impulsionado pelo avanço de 5,5% em Veículos e motos, partes e peças.

O setor varejista brasileiro tem enfrentado quadro de fragilidade, diante da baixa confiança do consumidor, da elevação da taxa de juros e do cenário de demissões em vários setores da economia.

A perda de força das vendas varejistas em novembro soma-se ao recuo inesperado da produção industrial naquele mês, mais um indicador de fraqueza sobre o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre após o país ter saído da recessão técnica no terceiro trimestre.

A expectativa de economistas na pesquisa Focus do Banco Central é de expansão do PIB em 2014 de apenas 0,11%, com crescimento neste ano de 0,4%.

(Por Brasil Econômico) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM