Uma palestra sobre as tendências para o futuro do Varejo abriu a terceira edição do Congresso TI & Varejo, que acontece essa semana, em São Paulo. Ricardo Pastore, coordenador e professor do Núcleo de Estudo de Varejo da ESPM, detalhou cinco tendências para o setor nos próximos anos. Pastore, um dos idealizadores do conceito por trás das megastores da Saraiva, elencou tendências ligadas ao uso das lojas, uso de tecnologia e sustentabilidade.
A primeira dessas tendências é a revalorização das lojas. “Muita gente achou que o comércio eletrônico iria matar as lojas físicas”, afirmou Pastore. No entanto, muitas empresas adotaram soluções para valorizar as lojas físicas: “Há shoppings com cara de boulevards a céu aberto, sem ter a aparência de uma caixa fechada como os shoppings tradicionais”, afirmou o docente da ESPM.
O maior uso da tecnologia no ponto de venda é outra das tendências apontadas por Pastore. Comprar com o celular na mão é algo cada vez mais usual. Com isso, será possível usar esses aparelhos para verificar preço, condições de pagamento, bicaracterística do produto e comparar o item com os concorrentes. Sem falar na possibilidade de saber o que outros consumidores disseram sobre o produto nas redes sociais.
Crescimento do consumo foi o terceiro aspecto abordado na apresentação de Pastore. O potencial não explorado de consumo e a estabilidade da economia brasileira são fatores que aumentam o interesse de cadeias varejistas estrangeiras em investir no Brasil. Segundo Pastore, em 2014, o Brasil passará a ter 495 shoppings contra os atuais 435 centros de comércio nas grandes e médias cidades brasileiras. Alguns setores do varejo estimam uma taxa de crescimento de até 7% para 2014.
Por outro lado, há a tendência de internacionalização do varejo – grandes cadeias brasileiras miram em mercados vizinhos. Pastore cita como exemplo de varejista brasileiro o Pão de Açúcar. A rede fundada por Abílio Diniz é a trigésima quarta maior varejista do mundo. Quando somada ao parceiro francês Casino, a rede do Pão de Açúcar figura no oitavo lugar no ranking mundial das empresas do setor. Para explorar mais as possibilidades de crescimento, as empresas devem incrementar o uso de tecnologia e interatividade. “Estatísticas e softwares guiarão as decisões das empresas”, afirmou Pastore.
De acordo com Pastore, a última das cinco tendências é a incorporação da sustentabilidade como modelo de negócio. Essa é uma exigência dos consumidores, segundo o especialista da ESPM. Atender às exigências do cliente e fidelizá-lo é o maior desafio atual do varejo. Pastore sustenta que a tecnologia pode ser uma aliada das empresas nessa tarefa de criar o “varejo 3.0”, cuja principal premissa não é apenas vender, mas valorizar o cliente na loja.
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