Francisco Forbes, 25 anos, começou a carreira no mundo digital. Primeiro, montou uma agência de comunicação e conteúdo em 2011, que levava seu nome, para depois abrir uma empresa especializada em comércio eletrônico, a Infracommerce. Com o negócio, ele se aprofundou no mundo do e-commerce e na análise dos padrões de consumo. “O comércio eletrônico é inteligente, porque conseguimos fazer uma gestão eficiente dos dados e resultados”, afirma.

Forbes começou a pensar em uma forma de fazer essa mesma análise em lojas físicas. Pesquisou novas tecnologias e estratégias que pudessem realizar esse tipo de monitoramento e abriu, com o sócio Sidnei Raulino, a Seed Digital. Ela usa sensores – a laser, biometria, painéis eletrônicos, câmeras, entre outras tecnologias – que conseguem captar a movimentação e perfil das pessoas que visitam lojas e shoppings, além de analisar outros dados para determinar o padrão de compra de cada um deles.

No processo, os dois sócios passaram um ano prospectando as tecnologias do segmento e compraram uma empresa finlandesa especializada em monitoramento. Em novembro de 2013, a Seed Digital fez o primeiro projeto piloto no Shopping SP Market. O sistema é capaz de monitorar o fluxo de pessoas em todas as entradas e corredores, o fluxo de carros no estacionamento, cruzar resultados de vendas, relacionando o número de visitantes e compras feitas, ticket médio, e até relacionar esses números com condições meteorológicas.

Segundo Forbes, essas são apenas algumas das possibilidades. É possível utilizar pelo menos 40 métricas diferentes. O empreendedor explica que elas são retiradas por meio de três fontes de dados: os sensores físicos instalados na loja; os fornecidos pelo próprio cliente sobre as compras que são feitas; e o big data, que inclui qualquer informação extra – como condições climáticas – que possam ser comparadas às outras variáveis. Os dados podem ser acompanhados em tempo real e são atualizados a cada 60 segundos.

A Seed Digital fatura sobre a análise dos dados, portanto, não vende os equipamentos. Apenas os instala e cobra por um sistema de assinatura, dependendo de quantas métricas são analisadas. “A captação é que é nossa praia. Até o fim do ano, queremos produzir nossos próprios equipamentos”, afirma Forbes.

A empresa tem atualmente dois clientes ativos e seis projetos são pilotos. O foco são os shoppings e grandes redes de varejo.  “Não nos interessamos em apenas uma loja, mas em uma rede que possa instalar nossa infraestrutura e comparar resultados entre suas unidades”, diz. A expectativa é chegar a 1.000 clientes até o fim do ano e um faturamento de R$ 5 milhões.

(Por Revista Pequenas Empresas e Grande Negócios) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM