A taxa de tentativas de fraude no comércio eletrônico brasileiro aumentou 14% entre 2018 e 2019, avançando de 2,20% para 2,52%.
O número consta no Raio-X da Fraude, relatório elaborado pela Konduto, antifraude para e-commerces e pagamentos digitais, a partir da análise de mais de 175 milhões de pedidos que passaram pelos sistemas da empresa entre 1º de janeiro e 31 de dezembro do ano passado.
Esta é a primeira vez em que o índice cresce desde que a empresa começou a publicar o Raio-X anualmente, de 2017 para cá.
Considerando-se a estimativa de que o e-commerce brasileiro registrou 250 milhões de pedidos no ano passado, a taxa de 2,52% de tentativas de fraude significa que uma tentativa de fraude ocorre no País a cada 5 segundos – ou ainda que a cada 40 compras online, uma tem origem fraudulenta.
“Os números reforçam que o Brasil segue como um dos campeões mundiais em fraudes cibernéticas, mas também não significam o fim do mundo, uma vez que a taxa de tentativas de fraude no e-commerce nacional sempre variou entre 2% e 4%, diz Tom Canabarro, CEO e cofundador da Konduto.
“Além disso, é importante lembrar que o índice de 2,52% não representa fraudes efetivas, mas tentativas de fraude. Na maioria das vezes, estas transações ilegítimas são barradas pelo sistema antifraude ou pelo próprio varejista”, completa.
Golpes na palma da mão
O Raio-X da Fraude de 2020 também aborda o comportamento dos fraudadores no ambiente online. De acordo com o estudo da Konduto, os criminosos concentram as suas ações nos dias úteis (terça-feira foi o dia da semana com mais golpes em média) e no horário comercial.
Diferentemente do que muitos pensam, o índice de pedidos ilegítimos cai drasticamente tanto nos finais de semana como às madrugadas.
O relatório também apontou que os estelionatários utilizam nas práticas de golpes os sistemas operacionais e os navegadores mais usados pelos clientes “bons” na hora de comprar — Windows e Google Chrome lideram a lista.
Também chama atenção o aumento significativo das tentativas de fraude via mobile — de 37% em 2018 para quase 47% em 2019.
“Os resultados de 2020 comprovam que aquela imagem do fraudador agindo encapuzado em um quarto escuro de madrugada não corresponde à realidade. Além disso, algumas atividades escalonáveis e automatizadas que o fraudador só conseguia realizar a partir de um computador agora também estão cabendo na palma da mão dos estelionatários”, afirma Tom Canabarro.
(Por NoVarejo – Leonardo Guimarães )
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