Após resultados decepcionantes no começo do ano passado, varejistas que trabalham com itens essenciais e de menor tíquete médio, em especial os supermercados, vêm apresentando bons resultados referentes ao final de 2013. Para especialistas na análise dos dados financeiros, uma “correção de rota” feita pelos empresários do setor gera boas expectativas para os meses futuros.

“Os supermercados decidiram não aumentar tanto o preço, para assim trazer o consumidor de volta às lojas”, define Daniela Martins, da corretora Concórdia, ressaltando que a estratégia trouxe bons resultados. No Pão de Açúcar, por exemplo, dados preliminares mostram que a receita do segmento alimentar teve aumento de 17,2% nos últimos três meses de 2013, sobre o mesmo período do ano anterior. O Carrefour teve desempenho mais tímido, mas também positivo.

Richard Cathcart, analista do BES Investimentos, lembra que, para repassar menos custos ao preço, varejistas perdem margens de lucro. Para compensar essa perda, essas companhias têm recorrido a cortes nas despesas operacionais. “É de se esperar uma queda no lucro bruto, mas a diminuição das despesas deve trazer um resultado operacional maior na comparação anual”, afirma o analista, aprovando a estratégia.

A boa expectativa contrasta, por exemplo, com o varejo têxtil, sobre o qual pesam previsões pessimistas. Grandes empresas do setor, como Hering, Marisa e Arezzo, devem ter crescimento de “um dígito baixo” segundo especialistas, por não terem “se adequado ao novo cenário” de menor renda disponível para o consumo, ao contrário dos supermercados.

 

(Fonte: SM) Varejo, Núcleo de Estudos do Varejo, Núcleo de Estudos e Negócios , Retail Lab