Procuram-se trabalhadores no Sul de Minas. Supermercados da região e lojas do shopping de Pouso Alegre (MG) estão com vagas abertas, mas estão tendo dificuldades para contratar devido à baixa qualificação da mão de obra.
Nos supermercados, um dos problemas apontados pelos empersários é a exigência dos candidatos. Muitos não querem trabalhar no fim de semana, mesmo ganhando hora-extra. Há vagas para operador de caixa, repositor, empacotador e açougueiro. Também há cargos que não são preenchidos porque os funcionários não têm experiência ou não são capacitados para a função. Só em Minas Gerais, existem cerca de quatro mil vagas para quem quer trabalhar no ramo.
Segundo a Associação Mineira dos Supermercados, o salário médio para funcionários em cargos iniciais gira em torno de R$ 800. Já para outras funções específicas como açougueiro e padeiro, o valor pode chegar a R$ 1 mil.
“Nós estamos vivendo um verdadeiro gargalo de mão de obra. O setor onde isto está mais evidente no momento são os supermercados, talvez porque o valor dos salários não é tão competitivo no mercado ou por uma carga horária muito exagerada, envolvendo o fim de semana. Tudo isso é consequência da falta de mão de obra no país. Ao longo das décadas, não houve uma preocupação para preparar as pessoas para este momento. É possível que essa escassez de mão de obra gere uma inflação a ponto que as medidas serão obrigadas a pagar mais para conseguir preencher seus quadros”, disse o especialista em Recursos Humanos, Cristiano Vilas Boas.
Em alguns supermercados, a regra é contratar quem tenha concluído pelo menos o 2º grau. A função que vai exercer, o trabalhador aprende na empresa. Cerca de 95% dos cargos de chefia são ocupados por funcionários.
Shopping Center
A mesma falta de mão de obra atinge lojas do shopping de Pouso Alegre, que foi inaugurado neste ano. Só na cidade, são mais de 100 vagas abertas. Os avisos de emprego estão nos cartazes das vitrines, mas lá também é dificil de se encontrar profissionais.
“A gente está com processo aberto há cerca de 15 dias e não está sendo fácil de preencher, principalmente porque a cidade tem muitas indústrias, a gente está tendo falta de qualificação e também por ser shopping, a cidade ainda não está acostumada. A gente nem está exigindo experiência, está com as vagas abertas, quem quiser vir a gente ainda dá um treinamento”, disse o gerente de uma das lojas, Alessandro Novais.
Outras cidades da região também estão procurando por profissionais. Em Poços de Caldas, estão disponíveis cerca de 2,5 mil vagas de emprego temporário. Segundo a associação comercial, o número é o mesmo do ano passado. Já em Varginha, onde ainda não existe shopping, são cerca de dois mil postos abertos, com um aumento de cerca de 10% em relação ao número de 2012, conforme a associação comercial.
(Por Globo.com) Varejo, Núcleo de Estudos do Varejo, Retail Lab