A varejista de moda TNG traçou um plano para acelerar sua expansão em 2014 não apenas com abertura de lojas. A partir da entrada no segmento infantil, a companhia pretende ganhar espaço no canal atacadista. Em paralelo, contratou a Bain & Company para elaborar um projeto de aumento das vendas por metro quadrado em suas lojas próprias. Hoje, são 175 pontos.

Tito Bessa, dono da companhia, projeta encerrar o ano com crescimento de vendas entre 15% e 20%, incluindo as 12 novas unidades abertas em 2013. A empresa não revela faturamento, mas segundo uma fonte próxima da operação, esse valor atingiu pouco mais R$ 300 milhões em 2012.

Bessa conta que o fornecimento das roupas TNG para lojas multimarcas (venda no atacado) representa hoje apenas 8% da receita bruta. A companhia terceiriza toda a sua produção.

Entre as ações para se fortalecer nesse canal, está a entrada, até o fim do ano, no segmento infantil. Por enquanto, as vendas de roupas para crianças serão apenas no atacado, mas há planos de, no segundo semestre de 2014, testar lojas exclusivas.

A rede contratou a Bain & Company para reestruturar sua área de produtos e aumentar a rentabilidade das lojas atuais. “A ideia é focar no que já somos fortes e deixar de lado as linhas que não têm dado resultados tão bons”, afirma Bessa.

A TNG já tem contratadas 20 novas lojas para o próximo ano, informa o empresário. Para acelerar o plano de abertura de pontos para cerca de 40 ao ano, a empresa precisaria de uma capitalização, afirma. “Até agora, crescemos apenas com recursos do caixa e com baixa alavancagem”.

O empresário diz que, no momento, conversa com alguns possíveis investidores (fundos e empresas do segmento) para fechar um aporte para a TNG, mas que não pode citar quais por conta de cláusula de confidencialidade.

No início de 2012, Bessa desistiu de negociações de mais de nove meses com a Tarpon. Não houve acordo no quesito preço. Pouco depois, a gestora de recursos, que tem histórico de investimento na Arezzo e na Hering, comprou a paranaense Morena Rosa. Este ano, a Tarpon passou meses em conversas com a Farm Animale, mas não chegou a um acordo.

Embora o negócio com a gestora não tenha dado certo, Bessa diz que foi uma boa experiência para que ele começasse a olhar a TNG com uma visão de investidor. “Me afastei do dia a dia da empresa e pude vê-la de fora”, conta.

Bessa acredita que está mais preparado agora para lidar com investidores. Um dos problemas que atrasam as conversas é que alguns fundos não querem ser apenas sócios, mas também gestores da marca, diz. “Não tenho planos de me aposentar agora”.

O empresário afirma que, após várias pesquisas e discussões com a Tarpon, tem hoje a real dimensão do tamanho que TNG pode alcançar. Segundo Bessa, há espaço no mercado de moda para a TNG ser quatro vezes maior do que é hoje, alcançando entre 500 e 600 lojas, desconsiderando eventuais aquisições. “A velocidade em que vamos executar isso depende de novos recursos”, diz.

A TNG foi fundada em 1984 por Bessa, que começou a expansão da rede quatro anos mais tarde. O empresário tem 85% do capital da empresa. O restante está nas mãos de membros da família.

(Por Valor Econômico) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo