O empresário Abilio Diniz decidiu deixar a presidência do conselho do Pão de Açúcar, empresa fundada por sua família. A saída coloca fim a disputa com o sócio francês Casino, uma das mais ruidosas da história do capitalismo brasileiro.

Abílio vai trocar suas ações ON (ordinárias, com direto a voto) por ações PN (sem voto). Ele continua acionista do Pão de Açúcar, com 7% das ações da empresa, mas não terá mais qualquer ingerência na administração.

O acordo selado tem três pontos principais: a saída de Abilio da presidência do conselho, a revogação do acordo de acionistas e o fim da holding Wilkes, e a desistência de todas as disputas judiciais que os dois lados travam.

Segundo a Folha apurou, o empresário conseguiu melhorar um pouco as condições de sua saída da empresa. Pelo acordo de acionistas, cada ação ON de Abilio valeria apenas 0,91 PN.

Os dois conselheiros indicados por Abilio Diniz também vão renunciar. São eles: Luiz Fernando Figueiredo, sócio da Mauá Investimentos e ex-diretor do Banco Central, e Modesto Carvalhosa, que substituiu Claudio Galeazzi.

Abilio vendeu uma fatia do Pão de Açúcar, empresa fundada por seu pai, ao varejista Casino em 2006. O acordo previa que os franceses assumiriam o controle do grupo brasileiro em 2012.

Em 2011, Abilio tentou articular a compra das operações do Carrefour no Brasil pelo Pão de Açúcar. O negócio diluiria o Casino, que poderia perder o controle da empresa.

Os franceses reclamaram que não tinham sido avisados e começou uma ruidosa disputa societária. O BNDES, que financiaria a compra do Carrefour, retirou o apoio ao negócio.

(Por Folha de S.Paulo) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo