É o que afirma Claudio Felisoni de Ângelo, presidente do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo). Ele concluiu uma pesquisa com 500 consumidores na cidade de São Paulo para avaliar o medo das pessoas de perderem emprego, e o resultado não foi animador.
No fim do primeiro semestre, 17,3% dos entrevistados declararam que temiam o desemprego. Esse resultado subiu para 19,6% neste trimestre e pode passar de 20% no último trimestre deste ano, de acordo com os entrevistados. Esse resultado contraria o comportamento normal do emprego e da atividade econômico, que crescem com a proximidade do fim do ano.
“Embora a taxa de desemprego continue praticamente estável, hoje o consumidor tem uma percepção que cresceu o risco de ficar desempregado”, afirma Felisoni. “É exatamente a partir dessa percepção que as pessoas definem o seu consumo”, acrescenta.
Impacto do desemprego
Além de pesquisar como anda o medo do consumidor de perder o emprego, o especialista realizou um estudo para medir o impacto do desemprego no consumo. “O aumento da expectativa de desemprego praticamente anula o efeito positivo dos ganhos de renda e de crédito no varejo”, diz.
Segundo Felisoni, o estudo revelou que as vendas não dependem apenas da disponibilidade de renda no bolso, mas também das suas expectativas em relação à manutenção do emprego no futuro próximo.
Fábio Pina, assessor econômico da Fecomércio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), também considera a perspectiva de desemprego como o fator crucial para o desempenho nas vendas do varejo, ao lado da renda. “Se estou empregado e tenho certeza de que vou continuar, o meu carrinho de compras no supermercado é diferente de quando as incertezas aumentam”, diz. Na opinião de Pina, pelos resultados do varejo obtidos até agora, as indicações são de um “Natal modesto”, com alta de 2% a 3% em comparação ao de 2012.
(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo