Dar espaço a alimentos mais saudáveis no carrinho de compras do supermercado custa caro para o consumidor. Exemplo disso é a variação de preço entre produtos orgânicos e tradicionais. A diferença pode chegar a 652%, ou seja, mais do que o triplo do valor. O levantamento foi feito pela equipe do Diário, que listou 20 itens e percorreu grandes redes supermercadistas instaladas na região.

O produto que tem menor variação é o quilo da banana prata: a orgânica custa R$ 6,49 e a tradicional é vendida por R$ 4,90 (32,44%). Já as maiores diferenças ficam por conta da macarronada. A polpa de tomate orgânica sai a R$ 15,72 e o macarrão tipo spaghetti, R$ 9,85. Do outro lado da prateleira os mesmos produtos são comercializados por R$ 2,09 (polpa) e R$ 1,55 (massa).

Já em relação ao suco de frutas em caixa, a variação do valor dos orgânicos depende da fruta. O sabor mais caro é o de uva, que custa R$ 17,59, o litro, e o mais barato é o de laranja por R$ 9,99. O litro do suco tradicional é encontrado por R$ 4,39, independentemente do sabor.

A explicação para tamanha diferença fica por conta do modo do cultivo. Produtos orgânicos exigem mais cuidados durante o plantio, por isso, necessitam de quadro de trabalhadores na lavoura muito maior. Além disso, há a questão da lei de mercado: oferta e procura – a quantidade produzida ainda não é suficiente para abastecer toda a população, pontua o especialista em hortaliças orgânicas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Francisco Vilela Resende.

Segundo ele, os itens orgânicos são mais saudáveis já que não são utilizados agrotóxicos, nem adubos sintéticos. “A regra é que tudo seja natural. Para fortificar a plantação com vitaminas utilizamos esterco misturado a palhas. O controle de pragas e doenças é feito por meio de produtos alternativos, como extratos de plantas. Por essas razões, o cuidado até a colheita é redobrado.”

A propriedade precisa ser toda adaptada, e os produtos precisam ter selo de garantia. “O produtor desses itens precisa estar ligado a associações e instituições que certificam os alimentos, via Ministério da Agricultura”, diz Resende.

Nos supermercados, entre os consumidores, os orgânicos ainda travam opiniões diferentes. “Não consigo comprar sempre, mas por causa da questão qualidade sempre que posso opto pelas verduras orgânicas”, conta a advogada Silvia Oliveira.

Já o gerente geral Fábio Arruda, não tem o hábito de levar para casa os orgânicos. “Já experimentei e sei que é melhor, porém não é por causa do preço que não compro e sim por falta de hábito.”

 

Diferencial

E para quem pensa que há apenas verduras e frutas orgânicas, o engano é grande. Atualmente há produtos diferentes para agradar os consumidores que optam por itens mais saudáveis. Exemplo disso são refrigerantes, massas e café. A lata da bebida gasosa é encontrada nos sabores guaraná e laranja e custa R$ 2,99.

(Por Varejista) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo