Depredações, roubos, paralizações e outros fatos vêm acarretando prejuízos de mais de R$80 milhões em algumas cidades. Veja a situação atual em três capitais brasileiras.

Os prejuízos trazidos pelas manifestações que se espalharam pelo país desde o começo do mês passado impactaram direta e indiretamente no comércio varejista de capitais como São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte. Empresários, associações, sindicatos, prefeituras e governos ainda analisam a dimensão das perdas.

 

São Paulo: Lojistas ainda contabilizam prejuízos

Na capital paulista, por exemplo, os prejuízos para lojas começaram no dia 18 de junho (terça-feira). Nessa noite, cerca de 30 pontos comerciais do centro de São Paulo foram saqueados e depredados – de acordo com dados da Prefeitura de São Paulo.

Além das lojas, agências bancárias também foram alvos de depredação, como o Itaú Unibanco. A empresa informou que ainda trabalha para calcular os prejuízos totais dos atos, que incluem: reformas, reestabelecimento dos caixas-eletrônicos, além do fechamento dos pontos por precaução e funcionários parados.  Cada caixa eletrônico danificado deve gerar um gasto de cerca de 40 mil para entrar novamente em funcionamento – conforme previsão da rede bancária.

Grandes redes varejistas, como Marisa e Magazine Luiza não revelaram o valor total dos prejuízos gerados pelos episódios em suas lojas localizadas no Centro da capital, porém, confirmaram saques e depredações, no dia 18. As empresas afirmaram que trabalham para a arrumação e reabertura adequada das lojas. As unidades permaneceram fechadas nos dias posteriores à manifestação, pela impossibilidade de atender ao público e receber os funcionários, além do fechamento nos dias posteriores ao fato, por precaução dos varejistas.

Clientes da rede, contatos pelo Novarejo, informaram que acabaram por atrasar faturas de cartões de crédito próprios de algumas redes localizadas no centro, pelo fechamento das mesmas. Com isso, alguns tiveram de se deslocar para outras lojas para saldar os parcelamentos ou tiveram de arcar com juros e encargos por atraso.

A Associação Comercial de São Paulo informou à Novarejo, por meio de sua assessoria de comunicação, que não têm dados sobre os prejuízos do comércio na capital. Já a Câmara de Dirigentes de Lojistas de São Paulo (CDL – SP) pretende divulgar resultados em breve.

 

Porto Alegre: Prejuízos além dos números

Na capital gaúcha, as depredações e roubos de lojas trouxeram, até o dia 21 de junho, um prejuízo estimado de R$ 3 milhões, de acordo com a Câmara de Dirigentes de Lojistas de Porto Alegre (CDL – POA). A parte mais atingida foi o Centro e a Cidade Baixa, dois importantes polos comerciais da cidade e onde se localizam hospitais públicos e privados de médio e grande porte.

O Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas – POA) revela que, em dois dias de protestos, o prejuízo para o comércio da capital chegou à casa dos R$ 50 mil. O presidente do sindicato, Ronaldo Sielichow, vai além dos números e fala sobre outros impactos que a manifestação vem causando para a capital do Rio Grande do Sul, como prejuízos para pessoas que tem no comércio a principal fonte de renda familiar e comerciantes pequenos, que não dispõem do capital necessário para arcar com reformas e queda de vendas.

Além disso, Sielichow, por nota, chamou a atenção para pontos importantes da cidade que tiveram seu trajeto dificultado ou impedido para alguns gaúchos, como hospitais, bancos, escolas, linhas de ônibus, pontos de táxi, etc.

 

Belo Horizonte: Valores ultrapassam R$ 80 milhões

Até o dia 29 de junho, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL – BH), informou que o impacto das manifestações gerou um custo de cerca de R$ 84 milhões, incluindo a depredação de lojas e locais públicos. Já a queda nas vendas do comércio somam aproximadamente R$ 64 milhões – que vem do fechamento de lojas e receio do consumidor em passar por determinados locais de grande circulação e concentração de estabelecimentos comerciais.

Uma concessionária localizada no centro da capital mineira, que preferiu não revelar nome e endereço para a Rádio Bandeirantes de BH, informou que seu prejuízo em apenas um dia chegou a gerar um prejuízo de cerca de R$ 4 milhões – somando carros queimados, portas de vidro quebradas, roubos de computadores e vendas perdidas.

A CDL – BH declarou, por meio de nota à imprensa, que já prepara um pedido de isenção ou prorrogação de taxas e impostos como ISS e ICMS para os governos municipal e estadual, para que lojistas os impactos negativos da manifestação possam ser minimizados.

 

Entidades orientam varejistas

Associações e sindicatos das cidades afetadas por depredações e roubos ainda não conseguiram especificar os custos para o comércio, porém, têm orientado que os comerciantes sejam cautelosos em situações de aglomerações de pessoas, manifestações e protestos.

(Por No Varejo) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo