Os acionistas da empresa de alimentos BRF aprovaram a nomeação do empresário Abilio Diniz para a presidência do conselho de administração da companhia no biênio 2013-2015. A votação, ocorrida na tarde desta terça-feira em assembleia geral ordinária e extraordinária não foi unânime.

O fundo de pensão dos funcionários da Petrobras (Petros) se absteve de votar a nomeação do empresário à frente do conselho. Desde a formação da chapa, o fundo, que detém 12,22% do controle acionário da BRF, teve dúvidas se o empresário é o nome correto para conduzir o atual plano de expansão da alimentícia e chegou a procurar apoio para se oporem ao nome de Abilio à frente do colegiado.

O nome do fundador e presidente do conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar foi indicado em uma aliança formada pelo fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ) e pelo fundo de investimento Tarpon, que, juntos, detém 20,21% do capital da BRF.

Abilio entra no lugar de Nildemar Secches, que esteve à frente da Perdigão por quase duas décadas e promoveu a fusão com a Sadia.

Ele já havia comunicado à Previ sua intenção de sair, mas ficou aborrecido porque só soube da articulação em torno do nome de Abilio pelos jornais.

Apesar das diferenças de personalidade e gestão entre ambos, alterações drásticas em termos de estratégia da companhia não são aguardadas, já que o presidente do conselho não tem poder executivo e qualquer decisão deverá ser feita por maioria de votos.

Votação

Os acionista votaram primeiramente a chapa que formará o novo conselho da companhia e depois, em separado, a presidência e da vice-presidência do colegiado. Os acionistas da empresa de alimentos nomearam, além de Abilio Diniz, o ex-presidente do Previ, Sérgio Rosa, como vice-presidente do conselho, indicado pelo próprio fundo. Abilio e Rosa foram aprovados por 76,66% do quórum presente.

No mercado, a entrada de Abilio no conselho da BRF é bem vista institucionalmente e operacionalmente, pois pode impulsionar a internacionalização da companhia, já que, após a aprovação da fusão da Sadia com a Perdigão, que deu origem à empresa, o avanço no País está limitado em alguns segmentos para evitar a concentração de mercado.

A própria BRF acredita que o empresário pode contribuir para esse movimento. Nesse ano, a empresa começará a desenhar seu novo plano de longo prazo, o BRF 15, que deverá tratar da organização global da companhia e as estratégias de expansão da presença mundial. A entrada de Rosa também foi considerada positiva pelo fato de o executivo ter bom relacionamento com diversos fundos.

Atualmente, a BRF possui capital pulverizado – dentre os principais acionistas estão Petros, com 12,22%; Previ, com 12,19%; Tarpon (8,02%) e BlackRock (5,13%) e Valia (2,54%).

(Por Exame) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo