Sócios na Via Varejo, a família Klein e o Grupo Pão de Açúcar estão em um impasse no processo de fusão das redes Casas Bahia e Ponto Frio, ainda não aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O órgão quer que o grupo se desfaça de algumas lojas, seja qual for a bandeira, para evitar concentração excessiva de mercado em algumas cidades. Nas últimas semanas, a negociação entre GPA e Via Varejo ficou tensa, e as duas partes chegaram a trocar acusações em cartas formais.

Ontem (25/3), Enéas Pestana, presidente do Grupo Pão de Açúcar, e Michael Klein, presidente do conselho de administração da Via Varejo, se reuniram para tratar do assunto. Segundo apurou o jornal Valor Econômico, Klein disse que não aceitaria fechar lojas da Casas Bahia e do Ponto Frio, enquanto mantêm-se intactos os pontos da rede Extra, que também vende eletroeletrônicos. Cerca de 60 lojas de Casas Bahia e Ponto Frio podem ser fechadas em cidades em que a participação de mercado de Via Varejo supera 57%.

Klein fez uma contraproposta: em todas as cidades onde uma loja de Casas Bahia ou Ponto Frio for fechada, a unidade do Extra do mesmo município passará a ter eletroeletrônicos vendidos pela Via Varejo, e a receita com os produtos passará a ser contabilizada por essa empresa. Hoje, esse valor entra na receita de hipermercados do GPA. A família quer uma espécie de compensação financeira, já que terão pontos de venda fechados.

Pestana concordou em analisar a proposta, a fim de resolver o único ponto que segura o acordo final entre as companhias. O Cade irá aguardar esse entendimento para que o tema seja colocado na pauta de votação. Por isso, uma vez nas mãos do órgão, a fusão não deve ter mais impedimentos.

(Por  Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo