Quase 80% dos consumidores entrevistados pela Mintel, empresa de inteligência de mídia, para compor o relatório “Estilos de Vida Sustentáveis”, afirmaram que irão considerar “fatores verdes” na próxima vez que comprarem um eletrodoméstico. Da mesma forma, 69% responderam de forma similar para produtos eletrônicos. Participaram da pesquisa 1500 consumidores de todas as regiões do Brasil.
Apesar disso, o preço ainda fala mais alto na decisão de compra dos consumidores. Para 69% dos que responderam à pesquisa, valores altos preocupam mais que o meio ambiente. Além disso, 73% afirmam que fazer economia é a razão principal para reduzir o gasto de água ou eletricidade.
De olho nas preocupações dos consumidores, as empresas estão investindo mais em produtos sustentáveis. A pesquisa constatou que, entre todos os lançamentos de bens não-duráveis ocorridos no ano passado, 24% deles tiveram alguma afirmação ética ou ecológica. O índice fica acima do verificado nos Estados Unidos (23%), mas abaixo do que ocorreu no Reino Unido (31%).
Mas isso não é garantia de aumento nas vendas. Segundo Sheila Salina, analista da Mintel, nos últimos anos os consumidores vêm sendo “bombardeados” com informações sobre sustentabilidade, o que gera confusão e ceticismo sobre o tema. A saída, de acordo com ela, é aliar tecnologia sustentável, bons preços e informações claras. “Produtos e empresas que são capazes de aliar preço, qualidade e sustentabilidade estarão melhor posicionados para capturar a atenção deles e conseguir resultados”, afirma.
O relatório também segmenta a consciência sustentável dos consumidores por região e classe social. A constatação foi de que as classes A e B tendem a ser mais conscientes dos danos ambientais que podem ser causados por empresas, e exigem delas maior responsabilidade. O mesmo ocorre nas regiões Centro-Oeste e Sul, enquanto os consumidores do Norte estão menos atentos às questões envolvendo sustentabilidade.
(Por Supermercado Moderno) Varejo, Núcleo de Estudos do Varejo, Retail Lab