A presença das franquias brasileiras no exterior aumentou 41% neste ano em relação a 2010. A constatação é do estudo “Aspectos Mercadológicos e Estratégicos da Internacionalização das Franquias Brasileiras”, realizado pela ESPM e a Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Há dois anos, 65 redes de franquias brasileiras atuavam no exterior, hoje esse número passou para 92. Hoje, o Brasil é o quarto país no mundo em número de marcas de franquias, com 2.031. Atrás da Coreia do Sul, Estados Unidos e China. Em relação ao número de unidades, a última pesquisa da ABF revela que somos o sexto do mundo, com 93.098 unidades.

A pesquisa foi conduzida pela professora doutora Thelma Valéria Rocha com 50 franquias associadas à ABF. Segundo Thelma, este aumento é positivo, desde que as redes se preparam. “Ir para fora tem que ser mais planejado, e é preciso ter uma gestão separada no exterior. Não é só focar no país, e sim focar na estrutura”, afirma.

Para Illan Alon, especialista americano em franquias da Rollings College (Flórida/EUA), a escolha do país deve ser bem pensada. “Dependendo do país que você escolhe, Estados Unidos, por exemplo, tem um mercado grande, mas também é muito competitivo”, afirma Alon.

Em relação à visão internacional, os entrevistados revelam que ter recursos humanos na franquia com competências específicas, como conhecimento de outra língua ou a descendência direta de outro país, facilita o processo de internacionalização. O destino preferido são os Estados Unidos, por serem um país competitivo e aberto, mas Portugal, por ter uma proximidade cultural com o Brasil, também aparece na lista.

Entre os benefícios identificados pelas franquias estão a expansão do mercado, a troca de informações e a possibilidade de aprender com outras culturas e mercados. Um dos principais desafios apontados é a adequação local e os investimentos financeiros e de pessoal necessários para a estruturação da franquia no exterior. As franquias de alimentação, por exemplo, apontam uma preocupação específica com o desenvolvimento de fornecedores locais.

Exemplo no exterior

A rede Giraffas é um exemplo de franquia brasileira no exterior. A marca prevê um investimento total de 35,5 milhões de reais na Flórida, nos Estados Unidos. Até o final deste ano, a marca terá cinco lojas abertas e o objetivo é que até 2016 sejam inauguradas outras 29, no total de 34 restaurantes em cinco anos. “Por enquanto só na Flórida porque a gente precisa criar uma massa crítica e é melhor concentrar os esforços primeiro em um local”, afirma Alexandre Guerra, diretor da empresa.

Ele explica que a escolha de ir para os Estados Unidos não foi por causa de uma carência do mercado local e sim uma estratégia de diversificação por parte da empresa. Um dos aspectos que a marca precisou se adaptar para atuar no exterior foi o serviço, que segundo Guerra, é a arquitetura das lojas. “A parte de arquitetura e comunicação visual foi desenvolvida lá e a cor mudou, antes era vermelho e amarelo, hoje a gente usa o laranja”, explica. O cardápio, por exemplo, também é diferente e mais enxuto se comparado ao do Brasil.

(Por Exame) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo