A Alpargatas, dona da Havaianas, está perto de fechar a compra da grife de roupas Osklen, por algo em torno de R$ 120 milhões, segundo apurou o ‘Estado’. O negócio está quase concluído, mas o contrato ainda não foi assinado. Pelo acerto, Oskar Metsavaht, fundador da marca, deve permanecer como sócio da empresa e responsável pela área de criação.

De acordo com pessoas próximas da operação, a intenção da Alpargatas, empresa controlada pelo grupo Camargo Corrêa, é ampliar e diversificar seus nichos de atuação. “A marca é bem conhecida, tem boa margem e o Oskar é um sujeito altamente criativo”, afirma uma fonte a par do negócio.

Pesquisas de mercado indicaram que o estilo descolado chique da Osklen pode contribuir para ampliar a presença da Alpargatas entre o público de alto padrão, além de reforçar a marca no exterior. No ano passado, a Alpargatas faturou R$ 2,5 bilhões com suas linhas de calçados e artigos esportivos.

A Osklen tem 63 lojas no Brasil, além de unidades nos Estados Unidos, Itália, Japão e, mais recentemente, Argentina. Em novembro do ano passado, o empresário Oskar Metsavath disse publicamente que queria se associar a uma outra empresa para ganhar escala e expandir seu negócio internacionalmente.

O fundador da Osklen chegou a negociar com pelo menos quatro interessados: o grupo francês Pinault-Printemps-Redoute (PPR), dono da Gucci; o grupo LVMH, dono da Louis Vuitton; e a consultoria americana de marcas de luxo Marvin Traub, além da brasileira Alpargatas.

Desde o início, Metsavath queria vender o controle da empresa sem deixar definitivamente o negócio e, principalmente, a área de criação. Sem o fundador, a marca perderia sua essência, dizem analistas de moda. Foi ele quem imprimiu o estilo brasileiro (ou carioca) à Osklen e tornou a marca conhecida internacionalmente. A primeira loja da rede foi inaugurada em Búzios, em 1989, quando Metsavaht, então médico ortopedista, abandonou o consultório para fazer casacos de frio.

Para o consultor de moda Edson Daguano, a aquisição da Osklen pela Alpargatas faz todo sentido. “A Osklen quer se expandir internacionalmente, coisa que a Alpargatas mostrou que sabe fazer com a Havaianas”, disse. “E a Alpargatas, por sua vez, precisa oferecer produtos com maior valor agregado.”

Exterior. Desde o ano passado, o presidente da Alpargatas S/A, Márcio Utsch, tem dito ao mercado que está avaliando aquisições no exterior. O plano da empresa é ser global não só no segmento de calçados, mas também no de vestuário. “A vida não é só Havaianas”, diz Daguano.

Por meio de suas assessorias de imprensa, as duas empresas informaram que não comentariam o assunto.

(Por Estadão) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo