A rede mineira de lojas de artigos esportivos SBF, dona das marcas Centauro e By Tennis e operador da Nike Store, negocia a venda de uma participação minoritária no negócio, apurou o Valor. Fundada em 1981 pelo empresário Sebastião Bomfim Filho, a Centauro é hoje a maior rede de lojas de produtos esportivos da América Latina, com 164 pontos de venda.
Com um faturamento que deve chegar ao patamar de R$ 2 bilhões neste ano e uma média de crescimento anual na casa de dois dígitos, a rede atraiu o interesse de grandes fundos de private equity – que investem na compra de participações em empresas. Mas não está descartada a entrada de um sócio estratégico internacional. O Rothschild atua como assessor financeiro da SBF no negócio. Procurada, a empresa informou que não comentaria o assunto.
A Centauro é uma das pioneiras no modelo de grandes lojas de artigos esportivos e hoje conta com presença nos principais shoppings brasileiros. Além da expansão física, a empresa vem reforçando os investimentos em comércio eletrônico para fazer frente à concorrência de sites como a Netshoes.
Entre as alternativas para manter o ritmo de expansão, o grupo chegou a estudar uma captação de recursos com uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na BM&FBovespa. Mas com o fechamento do mercado diante da crise externa, a saída passou a ser um aporte de capital com a venda de uma fatia do negócio.
Com apenas um acionista principal e um modelo de negócios considerado atrativo, a Centauro deve ter um processo de negociação de venda mais ágil, ao contrário de negociações anteriores no segmento de consumo, que esbarram em questões tributárias e de governança. Tudo dependerá do resultado da auditoria por potenciais compradores e do preço que estarão dispostos a pagar.
De olho em histórias de crescimento acelerado, os fundos de private equity aumentaram o assédio sobre as empresas nacionais de varejo. Apenas a americana Carlyle fechou neste ano a compra do controle da rede de lojas de brinquedos Ri Happy e da Tok&Stok, varejista de móveis e decoração.
Nesta semana, a Gávea Investimentos anunciou a compra de uma participação na varejista de óculos, relógios e acessórios Chilli Beans. Antes de fechar negócio com a gestora fundada pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, a empresa chegou a ser procurada por vários fundos.
De uma maneira geral, as firmas de private equity se recusam a participar de processos conduzidos por bancos de investimento e preferem ir atrás dos próprios negócios, justamente para evitar pagar um preço mais alto. Mas os gestores estão com o caixa cheio depois que levantaram mais de US$ 12 bilhões nos últimos dois anos para investir em aquisições no país. (Colaborou Vanessa Adachi)
(Por Valor Econômico) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, núcleo de estudos do varejo