O metrô deve ganhar 110 lojas até o fim de 2013. Será possível comprar nas estações remédios, pacotes turísticos, perfumes e até vestido de noiva. O número de pontos de venda será mais do que o dobro do registrado hoje. Atualmente, a rede tem 98 lojas, considerando a Linha 4-Amarela, administrada pela iniciativa privada.
Os editais que vão permitir a concessão de espaços para interessados em administrar cinco lojas de calçados e de moda praia ou um pacote de cinco empreendimentos que venderão roupas de casamento foram publicados na segunda-feira. Até dezembro, devem ser divulgados editais para mais 28 lojas e um minishopping com 42 pontos de venda.
Os passageiros encontrarão o novo comércio de tênis, sandálias e chinelos nas Estações Ana Rosa, Palmeiras-Barra Funda, Brás, Santana e Sé. “O objetivo é atrair empresas já consolidadas e de grande porte no setor de calçados esportivos e sandálias tipo moda praia”, diz a companhia, no texto do edital. O mezanino da Estação São Bento deve receber mais 42 lojas – hoje, só há três funcionando ali. A ideia do Metrô é que o centro comercial seja administrado por um único empreendedor, responsável por escolher os tipos de lojas.
As cinco lojas de noivas também devem ser administradas por um único grupo. A diferença é que ficarão todas no mesmo lugar: a saída da Avenida Prestes Maia, na Estação Luz, próximo da Rua São Caetano, também conhecida como “rua das noivas” por causa da concentração de lojas do ramo.
Esse espaço hoje é ocupado por um empreendimento do gênero. “Muita gente que vai à Rua São Caetano para aqui para ver vestido. O movimento é bem grande, principalmente no fim do ano”, diz uma funcionária que não quis se identificar. “Não sei se compraria uma roupa de casamento, mas blusinhas para o dia a dia compro quase todo mês”, relata a contadora Angela Castro de Souza, de 55 anos.
Angela diz que sempre para na mesma loja do Metrô São Bento para ver as novidades da vitrine. “O bom de ter um ponto aqui é que o pessoal é obrigado a passar na frente pelo menos duas vezes por dia, quando vai e quando volta do trabalho. Uma hora acaba parando”, avalia a comerciante Ivone Costa de Souza, de 34 anos, que vende roupas.
O tipo de negócio mais indicado para lojas que ficam dentro de estações é o que permite compras rápidas, segundo o professor Marcelo Ermini, da ESPM. “As estações oferecem vantagens para o comerciante, como o enorme fluxo de pessoas e a diversidade do público. Mas, se ele não tiver um modelo de negócio bem elaborado, pode enfrentar problemas, até porque a concessão às vezes tem um prazo.”
Outras Linhas. O comércio formal dentro do metrô é explorado desde a década de 1970. As futuras linhas, como a 6-Laranja, que será uma Parceria Público-Privada (PPP), já devem prever a possibilidade de usar partes das estações ou terrenos vizinhos para a exploração comercial. No ano passado, o faturamento com mídia, aluguel para lojas e as parcerias com shoppings renderam o equivalente a 9% da arrecadação tarifária.
Na Linha 4-Amarela, as primeiras lojas foram instaladas em 2011. Hoje, são 30. E a expectativa é chegar a 60, segundo Donato Ponzio, gerente comercial da ViaQuatro, responsável pela administração do ramal. “Temos interessados para praticamente todos os novos pontos”, diz.
Segundo ele, é possível que haja salão de beleza na linha. Uma lavanderia chegou a ser sondada, mas foi descartada por causa do grande consumo de energia.
(Por O Estado de S.Paulo) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, núcleo de estudos do varejo