Uma em cada três pessoas da nova classe média da cidade de São Paulo, com renda familiar entre R$ 1.200 e R$ 4.000, conhece suas limitações financeiras e, ainda que possa gastar mais, prefere economizar. Apresentado nesta quinta-feira (16) no 14º Fórum de Varejo da América Latina, o resultado contraria, em parte, a visão de que consumidores com poder de compra crescente tendem a se endividar mais.
A pesquisa realizada em 2012 foi feita com 360 paulistanos que migraram, nos últimos cinco anos, da classe D para a C e da classe C para a B2. Desses, 34% disseram que preferem poupar dinheiro e 91% dos participantes apontaram o preço como atributo fundamental na decisão de compra, seguido por marca e formas de pagamento. Além disso, esse consumidor dá atenção especial aos gastos com o lar e a família e vê a educacão como pilar para o crescimento pessoal.
“As pessoas são exigentes e têm suas pretensões, mas elas não abandonam suas origens, suas culturas, e sonham com os pés mais no chão”, pondera Luiz Goes, sócio da GS&MD – Gouvea de Souza, responsável pela pesquisa.
Para definir os segmentos, a pesquisa utiliza o chamado Critério Brasil, que combina itens como a posse de determinados bens (como TVs ou automóveis), estrutura da moradia (número de banheiros), presença de empregados na casa e o nível educacional do chefe da família.
“Existe um perfil poupador. Mas ele economiza principalmente para pagar à vista produtos que antes não tinha condiçõess de adquirir. É um investimento a curto prazo”, afirma Goes.
Outra tendência revelada na pesquisa é a do otimismo: 97% dos entrevistados dizem acreditar que sua situação financeira irá melhorar. Outros 75% afirmam esperar mudar de emprego ou ser promovido.
“A crise internacional e a desaleração econômica têm peso menor na percepção do que o gatilho do emprego, por exemplo, que está se mantendo baixo”, explica.
Para o empresário, existe um amplo mercado ainda a ser explorado pelo varejo na internet. Somente 26% dos entrevistados disseram já ter comprado na web.
“Eles ainda preferem a forma presencial, pelo contato humano. Mas as vendas on-line estão crescento e a tendência é que este tipo de venda aumente com o tempo.”
(Por Folha de S.P.) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo