O Grupo Pão de Açúcar não esconde o desejo de continuar com aquisições no segmento alimentar. O presidente da rede, Éneas Pestana, afirmou recentemente que este setor está no radar da empresa neste ano. No entanto, as noivas do varejo são cada vez mais escassas e caras.

Uma rede de supermercados que faz brilhar os olhos de Abilio Diniz, presidente do conselho da companhia, é a Confiança, com sede em Bauru, interior de São Paulo. A varejista comandada pelo empresário Jad Zogheib, fatura quase R$ 500 milhões e está entre as seis redes nacionais que mais vendem por metro quadrado.

“Acompanho o crescimento dos supermercados Confiança. Às vezes eles dão um ‘pau’ na gente lá em Bauru”, afirmou Diniz, referindo-se a boa performance da varejista, durante evento da Associação Paulista dos Supermercados (Apas 2012).

Enquanto o Confiança vende R$ 34,4 mil por metro quadrado, o grupo Pão de Açúcar consegue fazer R$ 18,6 mil, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

A estratégia da Confiança é apostar na venda de perecíveis (carnes e frios, por exemplo) – produtos que têm maior valor agregado e rentabilidade.

Segundo o presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), João Galassi, empresas que têm forte participação de perecíveis no mix de produtos, tem pressão maior por custos. “Meus preços não são os mais baixos da região, mas são competitivos”, afirmou Zogheib.

Focada nas classes A e B, algumas de suas lojas se assemelham a um shopping centers. Na unidade de Marília, são 16 mil metros quadrados de área construída com o supermercado e uma galeria com 20 lojas.

A Confiança também tem um número maior de funcionários por unidade, em média 280 por loja, o que ajuda no atendimento ao cliente. A média do Pão de Açúcar é 104 por loja.

Zogheib afirma que nunca recebeu qualquer proposta de compra por parte de Diniz, no entanto, demonstra estar aberto para uma possível aproximação. “Nada é invendável”, afirmou ao Brasil Econômico. Sua rede é formada por sete lojas no interior de São Paulo, sendo seis em Bauru e uma em Marília.

Boa aparência também vende

A rede capixaba Hortigil Hortifruti também vem colecionando bons resultados com investimento em serviços para conquistar o cliente.

Segundo levantamento do Brasil Econômico, a empresa é a segunda rede mais eficiente do país, com venda de com R$ 42,3 mil por m².

A varejista, especializada em legumes e verduras possui 23 unidades no Espírito Santo e Rio de Janeiro. E prevê chegar a São Paulo e Minas Gerais no segundo semestre.

Com quatro centros de distribuição e uma frota com mais de 100 caminhões, a empresa cuida de todo processo de distribuição das lojas, que é feito duas vezes ao dia, para garantir que os produtos cheguem frescos às gôndolas, afirma Tiago Miotto, presidente da empresa.

“O segredo é a boa aparência”, revela. Em 2012, a expectativa da companhia é chegar a uma receita de R$ 600 milhões, alta de 10% em relação ao ano passado.

(Por Brasil Econômico) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo