O amor que as pessoas normalmente sentem pela mãe, traduzido em um presente no segundo domingo de maio, faz com que a data seja considerada uma espécie de “segundo Natal” para o varejo. Este ano, no entanto, os comerciantes viram a festa ser ameaçada por previsões de desaquecimento do consumo no segundo trimestre. O Provar/FIA, por exemplo, revelou que o índice de consumidores dispostos a adquirir bens duráveis no segundo trimestre era de 58%, 15,2% a menos que o período equivalente em 2011.

No entanto, dias depois, a Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping (Alshop) divulgou a sua avaliação junto a lojistas de diferentes segmentos: a estimativa é de que as vendas na data cresçam 8% sobre 2011. Os segmentos que têm chance de melhor desempenho este ano, segundo Luís Augusto Ildefonso da Silva, diretor de relações institucionais da Alshop, são os de vestuário e moda, calçados, eletroeletrônicos e perfumaria e cosméticos.

“Como o lojista vê a data com carinho muito grande, tanto ele quanto os shoppings se preparam muito bem. Há shoppings que chegam a gastar R$ 1,5 milhão em ações mercadológicas para o Dia das Mães”, diz o diretor da Alshop. No mundo online, a previsão é ainda mais otimista. Dados do eBit apontam crescimento de 25% nas vendas, chegando a um faturamento de R$ 950 milhões, contra os R$ 760 milhões de 2011.

Um dos maiores fabricantes de calçados do Brasil, o Grupo Paquetá opera tanto como indústria, quanto como varejista, tendo lojas das marcas próprias femininas Dumond e Capodarte, com 120 PDVs­ no Brasil, e também da Paquetá Esportes, Gaston e Esposende (estas com vendas também em masculinos e infantis em outras 180 lojas). Os calçados femininos, produzidos no Ceará, são, obviamente, o carro-chefe no Dia das Mães, data em que as vendas são uma vez e meia maiores que nos demais meses do ano. O incremento esperado sobre 2011 é de 10%.

A empresa passou ao largo de retrações, segundo Leandro Mosman, superintendente de marcas próprias do Grupo Paquetá. O primeiro trimestre, garante, foi positivo para toda a companhia, tanto na indústria quanto no varejo. O investimento anual de marketing para as marcas próprias é de R$ 15 milhões e o Dia das Mães sozinho fica com 50% do orçamento do primeiro semestre.Para seduzir os consumidores, a empresa tem desenvolvido kits especiais. A ideia é facilitar a vida de quem vai atrás do presente da mãe, especialmente os homens, que buscam praticidade e costumam ser mais objetivos nas compras. Sofisticação na embalagem e montagens, como calçados e cintos, estão em alta.

No Grupo Boticário, onde o Dia das Mães é chamado de “Natal do primeiro semestre”, a diretora de marketing e produto Isabella Wanderley revela que o crescimento estimado das vendas é de 25%, em comparação ao mesmo período de 2011. A executiva afirma que não há indícios de que a retração de consumo prevista pela FIA chegue ao setor. “Estamos bastante otimistas com o desempenho das vendas. Tanto que aumentamos nossos investimentos para a data em 12%, na comparação com o ano passado. Para este Dia das Mães, O Boticário investiu R$ 30 milhões em pesquisa, desenvolvimento de produtos e ações de mar­keting. Além de nove estojos com combinações de nossos produtos, lançamos a fragrância Linda Radiance, com extensão de creme hidratante, óleo perfumado e sabonete líquido”, afirma.

A comunicação para a data foi desenvolvida pela AlmapBBDO, que explora em frentes on e off-line o mote “O jeito que você enxerga sua mãe é mágico”. Outra iniciativa é promoção de ações de sampling em vários shoppings do País, para promover a fragrâncias Linda Rdiance.

Uma das empresas fortes em eletroportáteis e linha branca, a Electrolux diz estar bastante otimista com relação a 2012. Ariel Werner, gerente da categoria de eletroportáteis afirma que as vendas costumam se elevar em mais de 30%. “Conseguimos isso trazendo muita inovação ao mercado, o que desperta a vontade dos consumidores de trocar os produtos que já têm, mesmo quando eles ainda funcionam bem”, analisa Werner.

Ticket médio aumenta 20% na venda online de flores

Que mulher e, especialmente, que mãe, não gosta de flores? Assim, o Dia das Mães também vale ouro para as floriculturas. Eduardo Casarini, diretor de marketing da Flores Online, diz que a expectativa este ano é elevar as vendas em 17%, apostando em comunicação on e também off-line. “O gasto médio do consumidor nesta época aumenta cerca de 20% e o perfil dos compradores muda um pouco, já que há muitos filhos que moram em outro país, estado ou cidade, que acabam recorrendo ao Flores Online”, diz. O maior investimento em marketing é para esta data do varejo, já que boa parte do faturamento também vem dela. A empresa este ano usa o mote “A sua mensagem vai de Flores Online” e anuncia suas promoções no Facebook.

Já a expectativa de crescimento da Giuliana Flores é de 25% sobre 2011. Juliano Souza, gerente de marketing da empresa, revela que esta é a grande data do ano para a marca, com registro de 6.500 pedidos. “As vendas nessa data vêm melhorando a cada ano. O crescimento do Dia das Mães de 2011 em relação a 2010 foi de 22%. Para o faturamento anual da empresa, a data representa 3% e 35% do faturamento de maio”, diz. O ticket médio é de R$ 95.

(Por Meio & Mensagem) varejo, núcleo de estudos do varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo