Logo que foi lançado, o Pix foi questionado quanto a sua penetração no varejo e no e-commerce por conta da lentidão relativa que tinha na comparação com a adesão das pessoas físicas. No P2P, o Pix se alastrou rapidamente assim que foi lançado, enquanto o varejo precisava de certa estrutura digital e treinamento de pessoal para abrir a possibilidade da transferência instantânea. Mas o varejo começou a se preparar de acordo com a agenda do Open Banking promovido pelo Banco Central (BC) e agora Pão de Açúcar e Extra são os arautos do pagamento via Pix para compras em sites e aplicativos no varejo alimentar.

Já está valendo a opção de pagamento com Pix nas plataformas de e-commerce das marcas. Para divulgar a novidade e incentivar o uso, aliás, Pão de Açúcar e Extra estão dando frete grátis às compras a partir de R$ 99 que forem pagas com Pix. A promoção vai até o último dia deste mês.

Como funciona

Nos sites das marcas, após realizar o login, o cliente seleciona a forma de entrega antes de comprar. Após selecionar os produtos, encerrar a compra, eleger data e horário para receber os produtos e avance té a opção “Pix”. Um QR Code abrirá na tela e o consumidor o lê com a câmera do celular — lembrando que também é possível copiar o código de pagamento e colar na função “Pix copia e cola” do app da instituição financeira.

Se a compra for realizada pelos aplicativos Clube Extra ou Pão de Açúcar Mais, basta copiar o código gerado e seguir com o pagamento. Depois, o cliente recebe via Whastapp todo o acompanhamento do pedido.

Pix no e-commerce e a substituição do boleto

No varejo e no e-commerce, a adoção do Pix depende de preparo de equipes e tecnologia. Hoje, o uso no comércio está deslanchando por trazer liquidez e facilitar as transações de forma geral. Com a padronização das APIs, do QR Code e construção com o mercado, soluções começam a ser implantadas no varejo. A simplicidade do método de pagamento se mantém também no e-commerce, com a singela diferença na conclusão da compra.

Mercado Livre, que já vem adotando o Pix em seu marketplace, chegou a fazer uma pesquisa com consumidores para entender a jornada com o uso da modalidade. A pesquisa apontou que a compra no computador tem o uso do QR Code, enquanto no celular é com o “copia e cola”. No computador, conforme a pesquisa, a adoção tem sido tão boa quanto aos demais meios (como cartão), mas no celular ainda há bastante o uso do boleto. O que acontece é que alguns consumidores ainda têm alguma dificuldade para entender que o Pix requer dinheiro em conta, por exemplo.

O que tende a acontecer é os próprios marketplaces, sejam de moda, alimentícios ou outros, devem incentivar cada vez mais o uso do Pix, já que o método ajuda a resolver uma grande fricção geral do e-commerce: o tempo de entrega. O pagamento com boleto desfavorece toda a estrutura ágil dos players.

Explosão no varejo

Em abril desse ano, segundo dados do BC, o a quantidade de transferências por Pix inclusive superou as de DOC e TED no geral. No varejo eletrônico, a média de crescimento do uso da modalidade é de 50% — uma tendência que deve crescer nos próximos meses, de acordo com uma pesquisa divulgada pela Spin Pay no começo deste mês. De acordo com ela, alguns setores chegaram ver o Pix aumentar em 80% desde o começo de 2021, como foi o caso de Games, Moda e Beleza/Saúde.

A pesquisa reforça que adesão do Pix no e-commerce no lugar dos boletos facilita também os processos de pagamento como um todo, além da logística.

(Por NoVarejoFelippe Constancio)

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