Apple se tornou nesta quarta-feira, 19, a primeira empresa americana a ter um valor de mercado de 2 trilhões de dólares, impulsionada principalmente por novos produtos, como assinaturas de serviços (que incluem a Apple Music, a Apple TV, o iCloud e o Apple Arcade), e deixando cada vez mais para trás a dependência do iPhone.

Às 11h58 de hoje, os papéis da empresa eram operados por 467,84 dólares nas bolsas americanas. As ações da Apple já acumulam uma alta anual de 60% em 2020.

Desde o lançamento do iPhone, em 2008, a receita anual da Apple subiu de 37,5 bilhões de dólares para 260 bilhões de dólares, um salto de 593% em 12 anos. Nesse período, o celular evoluiu, e muito.

O aparelho que combina telefone, reprodutor de MP3 e sistema móvel de telecomunicações nasceu sem uma loja de aplicativos, a App Store, que faturou 54,2 bilhões de dólares só em 2019, crescimento de 16,3% em um ano, segundo a consultoria Sensor Tower.

A empresa também conta hoje com serviços de streaming de música, o Apple Music, jogos, o Apple Arcade, e séries, o Apple TV+. Com isso, o setor de serviços da companhia a cada trimestre, e já compõe 13,1 bilhões de dólares do faturamento da companhia globalmente, segundo dados do último trimestre.

Em 2018, a Apple também bateu outra marca histórica quando se tornou a primeira empresa do mundo a ultrapassar o valor de mercado de 1 trilhão.

Os 2 trilhões de dólares distanciam a Apple das demais big techs dos Estados Unidos. A Amazon, que também tem colhido bons frutos em meio à pandemia do novo coronavírus, tem um valor de mercado de 1,65 trilhões de dólares, enquanto a Microsoft chega a 1,59 trilhões de dólares, o Google a 1,04 trilhões de dólares e o Facebook a 742,8 bilhões de dólares.Veja também

O momento da maçã

Os bons resultados da gigante de tecnologia acontecem em meio a situações que seriam extremamente complicadas para empresas menores, como a pandemia e uma batalha espinhosa com outras companhias, entre elas a Epic Games, criadora do Fortnite, que foi banida da App Store após discordâncias. A Apple também não está sendo vista com bons olhos pela Microsoft e pelo Facebook, que acusam a empresa de monopolizar a sua loja de aplicativos.

Essa não é a primeira (e nem a última) vez que a Apple barra conteúdos semelhantes aos próprios. Apesar de permitir o aplicativo da Amazon, é impossível comprar livros para o Kindle em iPhones, uma vez que a companhia criada por Steve Jobs tem seu próprio serviço de compra de livros, o Apple Books.

É também possível instalar o aplicativo do Google Play Filmes, ver a biblioteca se o usuário já tiver comprado filmes, mas não adquirir novas produções nos dispositivos Apple, uma vez que ela tem seu próprio serviço de compra de filmes e outros podem ser adquiridos na Apple TV.

O iPhone ainda é o carro-chefe dos lucros da Apple, faturando mais de 20 bilhões de dólares por trimestre. No entanto, a competição tem ficado cada vez mais acirrada nesse mercado.

No ano passado, de acordo com dados das consultorias Canalys, Strategy Analytics e Counterpoint Research, a Apple perdeu a vice-liderança do setor global de celulares para a chinesa Huawei, enquanto a Samsung se manteve no topo.

A Apple, maior empresa de capital aberto do mundo, agora é também mais valiosa do que o Brasil. Desde terça-feira, a gigante ultrapassou a marca de US$ 1,88 trilhão em valor de mercado. Em comparação, o Produto Interno Bruto do País foi de US$ 1,84 trilhão em 2019, o nono no ranking internacional, segundo o Banco Mundial.

(Por Exame – Lucas Agrela, Tamires Vitorio)

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