Em meio à pandemia do novo coronavírus, umas das principais recomendações é a higienização das mãos com água e sabão, mas na realidade de boa parte das comunidades do Brasil, água é item de luxo.
Para amenizar a situação, a Ambev anunciou que vai doar mais de 1,4 milhão de litros de água potável para 140 comunidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. A quantidade equivale a 700 mil garrafas de 2 litros e é suficiente para ajudar cerca de 240 mil pessoas.
A iniciativa da marca AMA, da Ambev, é boa, mas também evidencia um grande problema de infraestrutura e, principalmente, de saúde pública em um país que tem 35 milhões de pessoas vivendo sem água encanada nas periferias em meio à pandemia da covid-19.
Além das comunidades, hospitais de São Paulo também vão receber as garrafas doadas. “Neste momento, muitas pessoas encontram grandes dificuldades para ter acesso a água, por conta do isolamento que estamos passando, além dos efeitos econômicos que a pandemia da covid-19 tem na sociedade. Por ser um recurso tão importante, decidimos alguma forma”, afirma Carla Crippa, VP de Relações com a Sociedade da Ambev no Brasil.
A água será “embalada” em garrafas de dois litros no próprio processo produtivo da Ambev. A cervejaria, que até então só envasava cerveja em suas fábricas, vai aproveitar a estrutura para colocar a água nas garrafas. O processo não é um grande desafio para companhia, já que 90% de qualquer cerveja é água e a matéria-prima será redirecionada para combater a pandemia.
A distribuição da água para as periferias vai acontecer a partir do dia 9 de maio em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa), uma instituição de reconhecimento nacional e internacional que trabalha levantando dados e dando visibilidade às questões das comunidades.
“É de grande valia que uma empresa do tamanho da Ambev esteja olhando para a favelas neste momento de tensão, e levando o bem mais essencial a quem está precisando. São atitudes como essa que vão contribuir para que o mundo saia mais forte e mais unido desta grave crise que estamos passando”, disse Celso Athayde, fundador da Cufa e coordenador geral dos programas “Cufa Contra o Vírus” e “Mães da Favela”.
(Por Exame – Beatriz Correia)
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