Com o avanço da pandemia de covid-19 no Brasil, um acessório está virando peça obrigatória para a população. Nos últimos dias, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem recomendando seu uso, independentemente do fato dos indivíduos pertencerem ou não a grupos de risco. Como as máscaras cirúrgicas e profissionais devem ser destinadas, prioritariamente, a trabalhadores da área da saúde, o uso de modelos feitos de tecido vem sendo disseminado. E isso está produzindo uma nova tendência: máscaras de proteção como item de estilo.
Um número cada vez maior de estilistas, artesãos e costureiras vem produzindo milhões de máscaras de tecido, vendidas ou distribuídas a comunidades vulneráveis.
Marcas podem se beneficiar desse movimento, mas a professora de moda sustentável da ESPM Porto Alegre, Madeleine Muller, alerta: qualquer tipo de oportunismo, neste momento, é nocivo. “As máscaras podem ter assumido, para algumas pessoas, um carácter de moda. Mas o seu uso tem um valor maior, que é o bem-estar da coletividade e não apenas do indivíduo”, diz.
A produção de máscaras de pano é, normalmente, um processo sustentável, pois utiliza sobras de tecidos e pode se transformar em uma fonte de renda para profissionais desempregados ou que perderam a renda devido às restrições impostas pela pandemia.
A sustentabilidade, a propósito, tem marcado a atuação da nova geração de estilistas. É o caso da francesa Marine Serre, de 28 anos. Na última Semana de Moda de Paris, em fevereiro deste ano, Marine Serre apresentou modelos produzidos de materiais reciclados e — ainda antes do covid-19 se tornar pandemia — suas modelos desfilaram usando máscaras de tecido, em uma espécie de protesto contra a destruição do planeta.
(Por Nova PR)
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