A necessidade da quarentena para evitar ainda mais a proliferação do coronavírus interferiu drasticamente na economia, com 460 mil estabelecimentos impedidos de realizar atendimentos presenciais no Estado de São Paulo, o que representa 70% do comércio, responsável por 1,3 milhão de empregos formais e faturamento médio de R$ 1 bilhão por dia.
Com isso, em março o Índice de Confiança do Consumidor sofreu queda de 5,5%. Já o endividamento atingiu o maior patamar da série histórica com 63,8% das famílias com algum tipo de dívida, em fevereiro estava em um patamar de 60%. A inadimplência subiu para 21,8%, diante dos 19,7% do mês anterior.
Assim, as expectativas não são promissoras para compras a curto prazo. Nesse sentido, a FecomercioSP orienta o empresariado a fazer um planejamento de crise para os próximos três meses.
Com as portas fechadas, o primeiro ponto é adaptar-se rapidamente às vendas online, por aplicativos e deliveries.
Também se sugere que recebam os pagamentos por meio online como PicPay, Mercado Pago, Ame Digital, por exemplo, para que não haja a necessidade de levar a maquininha de cartão.
A Federação não recomenda que sejam feitas demissões no momento, pois com o fim da quarentena, o comerciante vai precisar dos funcionários e provavelmente os custos com demissões, novas contratações e treinamentos serão altos.
A melhor opção é analisar as alternativas descritas na MP N.º 927/20, como férias coletivas, compensação de horas, antecipação de feriados, entre outras.
Então, é hora de fazer as contas dos custos fixos, para saber se haverá dinheiro em caixa durante esse período de crise e renegociar contratos, aluguéis, pedir que fornecedores estendam os prazos. Algumas instituições financeiras já liberaram a opção de suspensão de parcelas de financiamentos a vencer nos próximos 90 dias.
Se ainda assim faltar dinheiro em caixa, o governo tem disponibilizado algumas linhas de crédito com juros mais baixos, pois o crédito adquirido e bem planejado é melhor do que deixar de pagar os compromissos, tornar-se inadimplente e ter que correr atrás de juros maiores.
A Caixa Econômica Federal, por exemplo, além de postergar os prazos de financiamentos, disponibilizou R$ 60 bilhões em crédito para capital de giro e reduziu a taxa máxima de juros de 2,76% a.m para 1,51% a.m.
Já o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) suspendeu o pagamento das prestações de empréstimos já contraídos por até seis meses e também ampliou a linha de crédito de capital de giro.
Além disso, em uma ação conjunta entre BNDES, Tesouro Nacional, Banco Central do Brasil (BCB) e Federação Brasileira de Bancos (Febraban) serão disponibilizados R$ 40 bilhões em crédito para a folha de pagamento que vão beneficiar 1,4 milhão de empresas e 12,2 milhões de trabalhadores nos próximos dois meses, a taxa de juros será de s 3,75% ao ano, ou seja, a taxa Selic, nessa operação foi excluída a cobrança de spread ou o custo operacional.
Outro avanço foi o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizar que o BNDES cadastre fintechs como repassadores de seus recursos, dessa forma diminui a burocracia, aumenta o alcance e a competição bancária para redução de juros e taxas de serviços. Ainda em fase inicial esse mês, as operações podem estar disponíveis em maio.
Mais uma opção é a Agência de Desenvolvimento Paulista (DesenvolveSP), do Governo do Estado de São Paulo, que está com sete linhas de crédito cujos prazos de pagamento podem atingir 120 meses com até 36 meses de carência.
(Por Mercado&Consumo)
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