Em 2017 a Nike firmou um acordo com a Amazon para comercialização digital de alguns dos seus produtos, como roupas e calçados, numa tentativa de enfrentar a queda de suas vendas e a concorrência da Adidas e da Under Armour. Dois anos depois decidiu que a gigante do e-commerce não era mais uma boa jogada.

A divulgação da suspensão das vendas pela plataforma Amazon veio um mês após a nomeação de John Donahoe como diretor-executivo, em substituição a Mark Parker no início de 2020. Após o anúncio, as ações da Nike subiram 1,20% e as da Amazon caíram 0,51% em Wall Street.

No entanto, apesar da decisão de suspender as vendas, a empresa afirmou que continuará a usar a plataforma de e-commerce para armazenar dados online e vários outros serviços digitais.

Um dos objetivos dessa estratégia é reduzir a venda de produtos falsificados que ocorrem na Amazon. Muitas empresas, incluindo a Nike, estão se mostrando preocupadas com revendedores que oferecem produtos falsificados através do site. Em resposta, a companhia criou uma lista de fornecedores controlados, onde a marca de produtos esportivos estava registrada entre as primeiras.

Em comunicado à Bloomberg, a Nike afirmou que a mudança faz parte de uma revisão maior de sua estratégia de marketing e varejo.

Apesar de vender seus produtos através de uma grande rede global de varejistas e ter gerado US$ 36 bilhões de receita ano passado, a marca quer se concentrar em criar relacionamentos pessoais diretos com seus consumidores. Na prática, isso significa vender mais através dos seus próprios canais.

Nos últimos anos, a empresa estadunidense tem investido em novos formatos criativos de lojas, como uma gigantesca loja conceito em Nova Iorque, que tem gerado alto índice de engajamento de clientes. O complexo toma uma quadra inteira do bairro de Manhattan, e possui cinco andares com espaços experimentais, quadras esportivas e centros de atividades fitness.

Ao mesmo tempo que a Amazon tem um alcance enorme no mundo do varejo online, muitas marcas estão descontentes com o seu funcionamento. Se de um lado há a preocupação com a venda de produtos falsos na plataforma, de outro a Amazon se destaca entre os clientes por identificar produtos populares vendidos por terceiros e depois vender suas próprias mercadorias por preços mais baixos.

(Por NoVarejo – Julia Mariotti)

varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM, Nike, Amazon, E-commerce