O Whole Foods Market pode ter inventado a maneira mais inovadora de combater sua imagem como uma rede muito cara, por meio de uma nova pesquisa que prova que a geração millenial está feliz em pagar mais por mantimentos.

A rede de supermercados de Austin, no Texas, luta há muito tempo com o apelido de “Whole Paycheck” (cheque de pagamento integral, em tradução livre), além de ações judiciais relacionadas à cobrança de preços abusivos dos clientes. Os resultados da pesquisa realizada pela companhia concluiu que 80% da Geração Y valorizam a qualidade quando fazem compras de alimentos e quase 70% afirmam estar dispostos a gastar mais por essa qualidade.

Eles também buscam maior transparência, com 65% dizendo que o suprimento de alimentos é importante para eles, principalmente de carne e frutos do mar. E mais da metade está disposta a pagar por produtos que tenham padrões de bem-estar animal e de origem responsável.

A pesquisa online mostra que metade dos millenials diz que compra mais produtos orgânicos do que há cinco anos. 70%  leem os rótulos com mais atenção, enquanto 60% se preocupam mais com aditivos e hormônios de crescimento.

A pesquisa, realizada pela Whole Foods em parceria com a YouGov, focou em um público de mais de 1.000 adultos, com idades entre 22 e 37 anos.

O relatório da Whole Foods chega em um momento em que todos os olhos no mundo estão focados nos projetos da Amazon na área de supermercados, um mercado de US$ 840 bilhões. A gigante adquiriu a Whole Foods por US$ 14,3 bilhões em 2017 e parece pronta para atacar em várias direções.

Porém, cada vez mais, a Whole Foods parece menos a joia da coroa das ambições de supermercado da Amazon. O crescimento desacelerou e, no início deste ano, a empresa realizou liquidações em suas 365 lojas, em uma tentativa mal sucedida de conquistar a geração millenial com preços mais baixos.

Enquanto isso, a Amazon tem se concentrado agressivamente na entrega, expandindo o número de mercados que agora prometem realizar o delivery em um período de uma e duas horas.

No início deste ano, o The Wall Street Journal informou que a Amazon estava assinando contratos de arrendamento de dezenas de supermercados nas cidades dos EUA, expandindo suas operações físicas além da presença da Whole Foods. Neste verão, o New York Times disse que a Amazon estava mais perto de uma nova cadeia ainda mais ambiciosa, oferecendo muito para a realização das compras em loja, além de opções de retirada em loja e entrega que complementam a crescente proeza da Amazon nas compras online.

E, embora a Amazon não tenha comentado, esses relatórios levaram a todos os tipos de especulações sobre a mais recente aposta da Amazon na Whole Foods.

(Por Mercado&Consumo)

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