Existe um segmento do varejo no qual vemos um movimento silencioso que remete os tempos da Corrida do Ouro do Velho Oeste americano do século XIX. Trata-se das megalojas de produtos animais. Cobasi e Petz travam uma competição acirrada para inaugurarem suas filiais em capitais e grandes cidades brasileiras que ainda não tem lojas neste padrão. Juntas já têm presença em 12 estados da federação, num país que tem 26, então restam ao menos 14 estados que ainda não tem uma superloja destas marcas.
Recentemente, a PETZ inaugurou a primeira loja em Vitória no Espírito Santo. A primeira loja do estado. A ocasião contou com a presença de Alexandre Rossi, apresentador de tv especialista em comportamento animal, além de sessão de fotos com a sua mascote Estopinha! Sucesso total.
O mercado brasileiro de produtos animais é um fenômeno. Segundo dados fornecidos pela ABINPET – Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, temos a 2ª maior população de cães, gatos e aves ornamentais do mundo. Em termos de consumo de produtos pet, em 2017, movimentamos R$ 32,9 bilhões, sendo o 3º maior mercado do mundo e com perspectivas de crescimento de cerca de 8% este ano.
Um levantamento do Instituto Pet Brasil aponta que existem cerca de 32 mil pet shops no país. Ainda que em baixa concentração, por aqui (assim como em outros países emergentes) o cenário é dominado pelo comércio de bairro, mas o registro do faturamento bilionário anual do setor abre caminho para a instalação de megalojas e franquias de redes consagradas.
Lá fora, especialmente em nações desenvolvidas, como os Estados Unidos, as grandes lojas são realidade há alguns anos e detêm 75% do total das vendas do setor. Aqui no Brasil, as grandes redes representam apenas 0,5% do total de lojas e 10,2% do faturamento do mercado brasileiro, ainda muito pulverizado em lojas de bairro.
Esta “humanização” dos cães e gatos é um fenômeno relativamente recente. Tomou força nos anos 90, quando os animais saíram do quintal e reivindicaram espaços nas camas e sofás dos donos. Como a maioria das casas não tem mais quintal e muitas pessoas moram em apartamentos, os animais de estimação viraram entes da família. Essa humanização dos pets faz com que os clientes acabem gastando cada vez mais. Um cachorro ao longo da vida pode ultrapassar R$ 60 mil em gastos e despesas.
Foi nessa época que começaram a crescer as primeiras redes, como a pioneira e líder de mercado, Cobasi, que possui 80 unidades espalhadas por oito estados, mais de 3 mil funcionários e um diversificado portfólio com 20 mil itens. No final do ano passado, a Cobasi ultrapassou pela primeira vez a barreira do R$ 1 bilhão em faturamento. Este ano prevê abrir entre 20 e 25 novas filiais.
Mas esta liderança parece estar ameaçada. A rede Petz, que recebeu em 2013 investimentos do fundo americano de private equity Warburg Pincus, vem desde então com o objetivo de transformar a marca na maior operação da América Latina e em uma das cinco maiores do mundo em cuidado com animais até 2020. Hoje, a Petz está perto de cumprir esse plano.
Após a consolidação da nova governança corporativa e da injeção de dinheiro para a expansão, ela deve se tornar a maior do país ainda este ano, tanto em faturamento como em número de unidades, ultrapassando a rival Cobasi. A Petz deve encerrar 2019 com 116 lojas e um faturamento de R$ 1,3 bilhão de receita.
É ou não é incrível este mundo dos pets?!
(Por Mercado&Consumo – Marcos Hirai)
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