Apesar da estabilidade do Índice de Estoques (IE) em março – 119,5 pontos, ante os 119,2 pontos de fevereiro, leve alta de 0,2% e elevação anual de 5,4% –, a proporção de empresários do comércio que consideraram seus estoques adequados atingiu 59,5%, 0,1 ponto porcentual (p.p.) a mais em relação ao mês anterior, praticamente a mesma da média histórica pré-crise econômica (60%).
Os dados são levantados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e captam a percepção dos varejistas sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas, variando de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e adequação.
A proporção dos empresários que declararam ter excesso de mercadorias passou de 26,9% em fevereiro para 27,4% em março, leve alta de 0.5 ponto porcentual. Já os que consideram ter estoques baixos caiu 0,7 ponto porcentual: 12,7%, ante os 13,3% de fevereiro, o que manteve a estabilidade do índice geral no mês. Para a Entidade, as negociações durante o período de Natal obtiveram bons resultados, possibilitando equilíbrio do número de mercadorias para este início de ano.
Segundo a FecomercioSP, apesar da estabilidade, o desempenho de março foi positivo em virtude da sequência na queda da média de estoques acima do desejado, tanto na comparação mensal quanto na anual. A Federação reforça que estoques excedentes podem ser mais custosos aos empresários do que os inadequados abaixo. Apesar da logística brasileira estar longe do ideal, é possível acelerar os pedidos para reposição dos produtos, caso aumente a demanda. A recomendação da Entidade é que os comerciantes se mantenham cuidadosos nos pedidos junto aos fornecedores.
A FecomercioSP ressalta que os comerciantes conseguiram manter o fluxo de caixa nesses primeiros meses e devem dar continuidade a essa a boa gestão ao longo de 2019. A expectativa para o primeiro semestre ainda é de estabilidade, sem grandes avanços, pois houve queda na confiança do consumidor. Além disso, o mercado estará atendo às articulações políticas e aguarda o andamento, seguido da aprovação, das principais reformas, como a Previdenciária.
Nota metodológica
O Índice de Estoques (IE) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde junho de 2011 com dados de cerca de 600 empresários do comércio no município de São Paulo. O indicador vai de zero a 200 pontos, representando, respectivamente, inadequação total e adequação total. Em análise interna dos números do índice, é possível identificar a percepção dos pesquisados relacionada à inadequação de estoques para “acima” (quando há a sensação de excesso de mercadorias) e para “abaixo” (em casos de os empresários avaliarem falta de itens disponíveis para suprir a demanda em curto prazo). A pesquisa é referente ao município de São Paulo, mas sua base amostral reflete o cenário da região metropolitana.
(Por NoVarejo) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM, estoques, São Paulo